
A primeira fase de candidatura a bolsas do Governo Regional começa no dia 29 de Setembro, estendendo-se até ao dia 22 de Outubro.
Só poderão concorrer a estas bolsas os alunos que fiquem colocados em universidades fora da Região (Continente, Açores ou estrangeiro) e os alunos do Porto Santo, que venham para a Universidade da Madeira.
A informação foi avançada ao Jornal da Madeira pelo director do Gabinete de Acesso ao Ensino Superior (GAES).
João Costa e Silva acrescentou que os estudantes que forem colocados na segunda fase (cujos resultados serão conhecidos no dia 13 de Outubro), só poderão começar a apresentar candidaturas a estas bolsas, em princípio, de 22 ou 23 de Outubro até ao final desse mesmo mês.
No que respeita às renovações de bolsas, isto é, de alunos que já as receberam nos anos anteriores, o primeiro período das candidaturas terminou sexta-feira.
«Até princípios de Novembro, haverá mais três ou quatro períodos de candidaturas: um no fim de Setembro, outro em Outubro e outro em Novembro», acrescentou João Costa e Silva.
Hoje são conhecidos os resultados das colocações nas universidades e, segundo as expectativas de João Costa e Silva, «teremos bastantes candidatos a esses apoios do Governo Regional».
Vários tipos de apoios
O director do Gabinete de Acesso ao Ensino Superior lembra que os estudantes universitários podem concorrer a vários apoios de carácter social de diversas instituições.
«Esses apoios podem revestir a forma de bolsa de estudo pecuniária, residência universitária, cantinas e serviços médicos», exemplificou.
Mesmo em termos de bolsas de estudo, os estudantes podem candidatar-se a várias bolsas, como é o caso das do Governo Regional, da Fundação Berardo, da Fundação Social-democrata, dos Serviços de Acção Social das respectivas universidades e ainda, em alguns concelhos, a bolsas concedidas pelas autarquias.
Há, no entanto, alguns requisitos a cumprir.
Em primeiro lugar, as bolsas são concedidas de acordo com o rendimento do agregado familiar do aluno.
Por outro lado, só poderão ter a bolsa da Fundação Berardo os alunos com bolsa do Governo Regional e que tenham uma média do ensino secundário ou nota de candidatura igual ou superior a 14 valores.
Apoios na UMa e escolas privadas
Os alunos madeirenses que frequentem a Universidade da Madeira não podem candidatar-se às bolsas do Governo Regional e da Fundação Berardo. Apenas às do Serviço de Acção Social da UMa, disse João Costa e Silva, director do Gabinete de Acesso ao Ensino Superior.
Conforme explicou, a política de atribuição de bolsas do Governo e da Fundação Berardo é a de conceder apoios a pessoas deslocadas.
João Costa e Silva salienta que «cabe às universidades, quer sejam públicas ou privadas, garantir condições a quem não as tem para frequentar o ensino superior».
O director do GAES lembra que os alunos que frequentam o ensino superior privado não têm Serviço de Acção Social, mas podem pedir bolsa de estudo à Direcção Geral do Ensino Superior, do Ministério da Ciência e Ensino Superior.
«O Governo Regional o que faz é atribuir um complemento dessas bolsas, porque um estudante da Madeira, que vai estudar para o Continente, tem mais despesas do que um estudante do Continente que lá estude, por mais deslocado que esteja em relação ao seu local de residência», explicou.
A título de exemplo, João Costa e Silva refere o caso das viagens. Em primeiro lugar, um estudante madeirense nem tem a hipótese de ir a casa de 15 em 15 dias ou todos os fins-de-semana, como fazem os seus colegas do continente. «Quando vem a casa, o meio de transporte, como é evidente, é muito mais caro», diz João Costa e Silva.
Estudar fora da Região sem bolsa de estudo representa altos custos
Os pais madeirenses cujos filhos ficam colocados em escolas do Ensino Superior fora da Região e não têm direito a bolsa de estudo têm de suportar despesas que fazem «balançar» o orçamento familiar.
Preferindo o anonimato, um pai nessas condições confidenciou ao Jornal da Madeira que gasta cerca de 750 euros mensais para ter a filha a estudar numa universidade em Lisboa.. «E são 750 euros bem geridos», salienta.
Só pelo quarto alugado numa casa particular tem de pagar 270 euros mensais. A essa despesa acresce a das refeições, mais a das propinas, livros e transportes.
Quando chegam as férias há que contar com as despesas da viagem aérea, as quais, como diz, «ainda por cima são sempre na época alta — Natal, Páscoa e Verão — o que faz aumentar o preço da passagem».
É por isso que não descarta a hipótese de pedir um empréstimo bancário para estudantes.
Governo duplica empréstimos
Refira-se que, segundo a Agência Lusa, o Governo nacional vai reforçar para o dobro o Fundo de Garantia Mútua, para permitir que no próximo ano mais de seis mil estudantes do Ensino Superior tenham acesso a empréstimos sem fiador a custos reduzidos.
A taxa de juro tem um 'spread' máximo de 1,0 por cento. O sistema será mais benéfico para alunos com melhores resultados académicos. O sistema é universal e não exige ao aluno e família garantias patrimoniais. O reembolso do empréstimo terá de ser feito pelo estudante em seis a 10 anos após a conclusão do curso.
Bolsa: uma grande ajuda para estudar lá fora
Edgar Camacho, madeirense e finalista de um curso do Instituto Politécnico de Setúbal, diz que os apoios que recebe são «uma grande ajuda» para as despesas que tem ao estudar no Continente. Nessas ajudas contam-se a bolsa do Governo Regional, a do Serviço de Acção Social do Instituto que frequenta e os apoios que a família lhe vai dando. Do Governo Regional recebe uma bolsa mensal de 170 euros, o que, como diz, «chega, é uma grande ajuda e penso que será o ideal».
Como não teve nota igual ou superior a 14 valores não pôde candidatar-se à bolsa da Fundação Berardo. A bolsa do Instituto, por seu turno, é de 150 euros, o que, no total, perfaz os 320 euros. Edgar Camacho confessa que este valor não chegaria para tudo, mas ainda recebe apoios da família. É por isso que admite que o valor mensal que tem «dá para viver razoavelmente e até dá para, de vez em quando, ter algum excesso: comprar umas calças, por exemplo». Quanto a despesas mensais, Edgar Camacho paga 60 euros pelo quarto na residência universitária, (quem não é bolseiro paga 100); 90 de propinas e as refeições, das quais, umas são confeccionadas na residência e outras comidas na cantina. Há livros que tem de comprar, mas outros são fotocópias ou consultados na biblioteca.
Uma viagem de ida e volta à Madeira, mesmo com alguns truques, ficou-lhe em 232 euros, dos quais ainda recebe os 60 euros de residente. O Instituto onde estuda paga uma viagem por ano, mas só deposita o respectivo valor na conta bancária no final do ano lectivo, entre Julho e Agosto.
Fonte: JM
Só poderão concorrer a estas bolsas os alunos que fiquem colocados em universidades fora da Região (Continente, Açores ou estrangeiro) e os alunos do Porto Santo, que venham para a Universidade da Madeira.
A informação foi avançada ao Jornal da Madeira pelo director do Gabinete de Acesso ao Ensino Superior (GAES).
João Costa e Silva acrescentou que os estudantes que forem colocados na segunda fase (cujos resultados serão conhecidos no dia 13 de Outubro), só poderão começar a apresentar candidaturas a estas bolsas, em princípio, de 22 ou 23 de Outubro até ao final desse mesmo mês.
No que respeita às renovações de bolsas, isto é, de alunos que já as receberam nos anos anteriores, o primeiro período das candidaturas terminou sexta-feira.
«Até princípios de Novembro, haverá mais três ou quatro períodos de candidaturas: um no fim de Setembro, outro em Outubro e outro em Novembro», acrescentou João Costa e Silva.
Hoje são conhecidos os resultados das colocações nas universidades e, segundo as expectativas de João Costa e Silva, «teremos bastantes candidatos a esses apoios do Governo Regional».
Vários tipos de apoios
O director do Gabinete de Acesso ao Ensino Superior lembra que os estudantes universitários podem concorrer a vários apoios de carácter social de diversas instituições.
«Esses apoios podem revestir a forma de bolsa de estudo pecuniária, residência universitária, cantinas e serviços médicos», exemplificou.
Mesmo em termos de bolsas de estudo, os estudantes podem candidatar-se a várias bolsas, como é o caso das do Governo Regional, da Fundação Berardo, da Fundação Social-democrata, dos Serviços de Acção Social das respectivas universidades e ainda, em alguns concelhos, a bolsas concedidas pelas autarquias.
Há, no entanto, alguns requisitos a cumprir.
Em primeiro lugar, as bolsas são concedidas de acordo com o rendimento do agregado familiar do aluno.
Por outro lado, só poderão ter a bolsa da Fundação Berardo os alunos com bolsa do Governo Regional e que tenham uma média do ensino secundário ou nota de candidatura igual ou superior a 14 valores.
Apoios na UMa e escolas privadas
Os alunos madeirenses que frequentem a Universidade da Madeira não podem candidatar-se às bolsas do Governo Regional e da Fundação Berardo. Apenas às do Serviço de Acção Social da UMa, disse João Costa e Silva, director do Gabinete de Acesso ao Ensino Superior.
Conforme explicou, a política de atribuição de bolsas do Governo e da Fundação Berardo é a de conceder apoios a pessoas deslocadas.
João Costa e Silva salienta que «cabe às universidades, quer sejam públicas ou privadas, garantir condições a quem não as tem para frequentar o ensino superior».
O director do GAES lembra que os alunos que frequentam o ensino superior privado não têm Serviço de Acção Social, mas podem pedir bolsa de estudo à Direcção Geral do Ensino Superior, do Ministério da Ciência e Ensino Superior.
«O Governo Regional o que faz é atribuir um complemento dessas bolsas, porque um estudante da Madeira, que vai estudar para o Continente, tem mais despesas do que um estudante do Continente que lá estude, por mais deslocado que esteja em relação ao seu local de residência», explicou.
A título de exemplo, João Costa e Silva refere o caso das viagens. Em primeiro lugar, um estudante madeirense nem tem a hipótese de ir a casa de 15 em 15 dias ou todos os fins-de-semana, como fazem os seus colegas do continente. «Quando vem a casa, o meio de transporte, como é evidente, é muito mais caro», diz João Costa e Silva.
Estudar fora da Região sem bolsa de estudo representa altos custos
Os pais madeirenses cujos filhos ficam colocados em escolas do Ensino Superior fora da Região e não têm direito a bolsa de estudo têm de suportar despesas que fazem «balançar» o orçamento familiar.
Preferindo o anonimato, um pai nessas condições confidenciou ao Jornal da Madeira que gasta cerca de 750 euros mensais para ter a filha a estudar numa universidade em Lisboa.. «E são 750 euros bem geridos», salienta.
Só pelo quarto alugado numa casa particular tem de pagar 270 euros mensais. A essa despesa acresce a das refeições, mais a das propinas, livros e transportes.
Quando chegam as férias há que contar com as despesas da viagem aérea, as quais, como diz, «ainda por cima são sempre na época alta — Natal, Páscoa e Verão — o que faz aumentar o preço da passagem».
É por isso que não descarta a hipótese de pedir um empréstimo bancário para estudantes.
Governo duplica empréstimos
Refira-se que, segundo a Agência Lusa, o Governo nacional vai reforçar para o dobro o Fundo de Garantia Mútua, para permitir que no próximo ano mais de seis mil estudantes do Ensino Superior tenham acesso a empréstimos sem fiador a custos reduzidos.
A taxa de juro tem um 'spread' máximo de 1,0 por cento. O sistema será mais benéfico para alunos com melhores resultados académicos. O sistema é universal e não exige ao aluno e família garantias patrimoniais. O reembolso do empréstimo terá de ser feito pelo estudante em seis a 10 anos após a conclusão do curso.
Bolsa: uma grande ajuda para estudar lá fora
Edgar Camacho, madeirense e finalista de um curso do Instituto Politécnico de Setúbal, diz que os apoios que recebe são «uma grande ajuda» para as despesas que tem ao estudar no Continente. Nessas ajudas contam-se a bolsa do Governo Regional, a do Serviço de Acção Social do Instituto que frequenta e os apoios que a família lhe vai dando. Do Governo Regional recebe uma bolsa mensal de 170 euros, o que, como diz, «chega, é uma grande ajuda e penso que será o ideal».
Como não teve nota igual ou superior a 14 valores não pôde candidatar-se à bolsa da Fundação Berardo. A bolsa do Instituto, por seu turno, é de 150 euros, o que, no total, perfaz os 320 euros. Edgar Camacho confessa que este valor não chegaria para tudo, mas ainda recebe apoios da família. É por isso que admite que o valor mensal que tem «dá para viver razoavelmente e até dá para, de vez em quando, ter algum excesso: comprar umas calças, por exemplo». Quanto a despesas mensais, Edgar Camacho paga 60 euros pelo quarto na residência universitária, (quem não é bolseiro paga 100); 90 de propinas e as refeições, das quais, umas são confeccionadas na residência e outras comidas na cantina. Há livros que tem de comprar, mas outros são fotocópias ou consultados na biblioteca.
Uma viagem de ida e volta à Madeira, mesmo com alguns truques, ficou-lhe em 232 euros, dos quais ainda recebe os 60 euros de residente. O Instituto onde estuda paga uma viagem por ano, mas só deposita o respectivo valor na conta bancária no final do ano lectivo, entre Julho e Agosto.
Fonte: JM
















0 comentários:
Enviar um comentário