António Bagão Félix considera que a instabilidade no emprego, mais do que os salários baixos, é uma realidade que tem provocando um desincentivo à natalidade em Portugal.
Falando à margem da sua participação na Expo-Sénior, onde proferiu uma conferência subordinada ao tema 'As implicações das mudanças demográficas no Sistema Social Português', o antigo ministro das Finanças diagnosticou outros males que, em seu entender, têm contribuído para a baixa natalidade. Desde logo "uma sociedade brutalmente egoísta, acomodada e hedonista", mas também a falta de uma política social que "facilite a vida" aos casais jovens. Neste particular, defende que os incentivos não podem passar por "aumentar as prestações sociais", mas sim por criar condições para que os jovens casais possam "partilhar as responsabilidades profissionais com as familiares". Condições que passariam, entre outras coisas, por alargar "os equipamentos sociais", aumentar "as licenças de parentalidade e maternidade", bem assim criar "incentivos às empresas" no sentido de fomentarem mecanismos de apoio aos funcionários. Para além de "um emprego estável e bem remunerado".
Velhos não são descartáveis
Bagão Félix admite estar-se perante "um momento demograficamente bastante adverso", relacionado com a baixa natalidade, mas compensado, por outro, pelo facto de "as pessoas viveram mais tempo".
No caso particular da população mais velha, Bagão Félix expressou ainda a sua preocupação relativa à ideia, existente nas sociedades contemporâneas, de que as pessoas se tornam "descartáveis a partir do momento em que deixam de trabalhar". É por isso que preconiza "a revalorização do papel das pessoas mais velhas", acabando com "o eclipse dos avós na educação dos netos", por forma a responder aos novos desafios que se colocam perante o surgimento "da indústria dos mercados seniores".
Funchal atento AOS MAIS VELHOS
O presidente da Câmara Municipal do Funchal, Miguel Albuquerque, reconhece que "as chamadas indústrias sociais irão ter um papel cada vez mais relevante no futuro", razão pela qual entende que é importante discutir estas questões em iniciativas como a Expo-Sénior.
O autarca considera fundamental que as pessoas "alterem o seu modo de viver", sobretudo porque há a tendência de as pessoas "viverem mais tempo e com muito melhor qualidade de vida". O que implica "repensar toda a nossa sociedade", numa perspectiva de integração dos mais velhos "na vida activa, social e cultural".
É com esse objectivo, justifica Miguel Albuquerque, que a Câmara do Funchal vem promovendo uma série de actividades para esta faixa da população. E que será alargada, no próximo ano, com a abertura do novo centro social do Edifício 2000.
A Expo-Sénior, que ontem teve início, tem continuidade hoje, com uma série de palestras, entre as 9h30 e as 16 horas, no Teatro Municipal Baltazar Dias. Em paralelo decorre a Feira de Actividades Económicas e Mostra Cultural. Uma noite cultural (20 horas) encerra as actividades.
Falando à margem da sua participação na Expo-Sénior, onde proferiu uma conferência subordinada ao tema 'As implicações das mudanças demográficas no Sistema Social Português', o antigo ministro das Finanças diagnosticou outros males que, em seu entender, têm contribuído para a baixa natalidade. Desde logo "uma sociedade brutalmente egoísta, acomodada e hedonista", mas também a falta de uma política social que "facilite a vida" aos casais jovens. Neste particular, defende que os incentivos não podem passar por "aumentar as prestações sociais", mas sim por criar condições para que os jovens casais possam "partilhar as responsabilidades profissionais com as familiares". Condições que passariam, entre outras coisas, por alargar "os equipamentos sociais", aumentar "as licenças de parentalidade e maternidade", bem assim criar "incentivos às empresas" no sentido de fomentarem mecanismos de apoio aos funcionários. Para além de "um emprego estável e bem remunerado".
Velhos não são descartáveis
Bagão Félix admite estar-se perante "um momento demograficamente bastante adverso", relacionado com a baixa natalidade, mas compensado, por outro, pelo facto de "as pessoas viveram mais tempo".
No caso particular da população mais velha, Bagão Félix expressou ainda a sua preocupação relativa à ideia, existente nas sociedades contemporâneas, de que as pessoas se tornam "descartáveis a partir do momento em que deixam de trabalhar". É por isso que preconiza "a revalorização do papel das pessoas mais velhas", acabando com "o eclipse dos avós na educação dos netos", por forma a responder aos novos desafios que se colocam perante o surgimento "da indústria dos mercados seniores".
Funchal atento AOS MAIS VELHOS
O presidente da Câmara Municipal do Funchal, Miguel Albuquerque, reconhece que "as chamadas indústrias sociais irão ter um papel cada vez mais relevante no futuro", razão pela qual entende que é importante discutir estas questões em iniciativas como a Expo-Sénior.
O autarca considera fundamental que as pessoas "alterem o seu modo de viver", sobretudo porque há a tendência de as pessoas "viverem mais tempo e com muito melhor qualidade de vida". O que implica "repensar toda a nossa sociedade", numa perspectiva de integração dos mais velhos "na vida activa, social e cultural".
É com esse objectivo, justifica Miguel Albuquerque, que a Câmara do Funchal vem promovendo uma série de actividades para esta faixa da população. E que será alargada, no próximo ano, com a abertura do novo centro social do Edifício 2000.
A Expo-Sénior, que ontem teve início, tem continuidade hoje, com uma série de palestras, entre as 9h30 e as 16 horas, no Teatro Municipal Baltazar Dias. Em paralelo decorre a Feira de Actividades Económicas e Mostra Cultural. Uma noite cultural (20 horas) encerra as actividades.
Fonte: DN
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