
O desemprego continua a assolar a sociedade madeirense, que passado mais um mês do 'Ano da Crise' resultou em novo aumento de 343 pessoas sem trabalho. O problema é que em um ano o desemprego registado aumentou 41,1%, de 8.637 em Maio de 2008 para 12.187 pessoas inscritas no Instituto Regional do Emprego em Maio de 2009.
O impacto da crise internacional em Portugal e na Madeira parece ser a única justificação plausível, pelo menos no que toca ao Governo Regional, que desta feita afirma existir um abrandamento. Mas já lá vamos.
Por agora, analisemos os dados ontem divulgados pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional, que mostram um ligeiro aumento de 2,9% de Abril para Maio (11.844 para os tais 12.187 desempregados).
Analisando todas as regiões do País, a Madeira figura uma vez mais no topo de uma crise sem fim à vista. A variação mensal (+2,9%) é a mais alta das sete regiões, bem à frente do Norte (+0,8%) que, juntamente com a Madeira, não deram grande contributo para baixar a média nacional (-0,5%). O melhor desempenho em Maio foi do Algarve (-6,2%), logo seguido do Alentejo (-5,5%) e dos Açores (-5,4%).
Mas, quase que para contrariar estes números positivos, a região mais turística de Portugal, o Algarve, teve uma subida homóloga do número de desempregados a bater todos os recordes: + 82,0% ou mais de oito mil pessoas face a Maio do ano passado. Neste campo, como já referido, a Madeira está no topo, com os tais 41,1% de aumento, muito à frente dos Açores (27,3%) e de Lisboa (27,1%). A media nacional também deixa a desejar: +27,6%.
Oferta de emprego em baixa
Muito por 'culpa' da chegada das épocas mais quentes, a oferta de emprego em Maio - a maior parte sazonal - aumentou em todo o País, excepto na Madeira.
No final do mês de Maio foram apenas 154 novas ofertas de emprego em toda a Região Autónoma, menos 21,4% face a Abril, que tivera 196 propostas disponíveis. Os Açores foram a região onde mais cresceu a oferta em termos mensais (+26,7%), contribuindo para que o total nacional superasse os 10% de aumento.
Em termos homólogos, os Açores (-86,7%), a Madeira (-58,0%) e Lisboa (-8,9%) mostram que a crise não abranda junto das empresas, que têm pouco ou nada para oferecer. O Alentejo (+85,3%) e o Norte (+10,6%) contribuíram para melhorar a média nacional para mais 4,3%.
Governo fala em abrandamento
Por fim, uma nota para o comunicado do Governo Regional, pela Secretaria dos Recursos Humanos. "Apesar deste novo acréscimo do número de desempregados inscritos, continua a notar-se algum abrandamento, uma vez que o aumento em relação ao mês de Abril é inferior ao acontecido entre este e o de Março", justifica. É que, apesar dos números sempre crescentes nos cinco meses deste ano, o GR lembra que a taxa de desemprego por cá (6,8%) apresenta "níveis mais favoráveis do que acontece no total do País (8,9%).
10 meses depois...
O presidente do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), Francisco Madelino, considerou ontem, segundo a agência Lusa, que os dados de Maio relativos ao número de inscritos podem representar "os primeiros sinais" da recuperação do mercado de trabalho. Com a excepção do Norte e da Madeira, todas as regiões contribuíram para que o número inscritos em Maio diminuísse 0,5%, relativamente ao mês anterior, apesar de ter subido 27,6% em termos homólogos. Foi "a primeira vez em 10 meses que o desemprego relativamente ao mês anterior desce", disse.
Pacto Mundial Reunião da OIT elaborou estratégia de luta pelo emprego
O Pacto Mundial para o Emprego, adoptado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), na sua 96ª reunião anual, que decorreu durante a semana passada em Genebra, Suíça, é o principal ponto a destacar neste evento que reuniu 193 Estados-Membros. Muito por culpa da crise financeira internacional, o compromisso por estes assinado baseia-se em dois princípios gerais: respeito pela Agenda do Trabalho Digno e pelos princípios e compromissos sociais da OIT incluídos na Declaração sobre Justiça Social para uma Mundialização Justa; fomento da procura de soluções nacionais com o recurso à negociação colectiva, ao diálogo social, numa base de compromissos tripartidos. Além disso, há vários objectivos a cumprir. A Região Autónoma da Madeira participou na Sessão Anual e na Cimeira da OIT sobre a Crise Mundial de Emprego, integrando a delegação de Portugal, através do secretário regional dos Recursos Humanos, Brazão de Castro, e do director regional do Trabalho, Rui Silva.
O impacto da crise internacional em Portugal e na Madeira parece ser a única justificação plausível, pelo menos no que toca ao Governo Regional, que desta feita afirma existir um abrandamento. Mas já lá vamos.
Por agora, analisemos os dados ontem divulgados pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional, que mostram um ligeiro aumento de 2,9% de Abril para Maio (11.844 para os tais 12.187 desempregados).
Analisando todas as regiões do País, a Madeira figura uma vez mais no topo de uma crise sem fim à vista. A variação mensal (+2,9%) é a mais alta das sete regiões, bem à frente do Norte (+0,8%) que, juntamente com a Madeira, não deram grande contributo para baixar a média nacional (-0,5%). O melhor desempenho em Maio foi do Algarve (-6,2%), logo seguido do Alentejo (-5,5%) e dos Açores (-5,4%).
Mas, quase que para contrariar estes números positivos, a região mais turística de Portugal, o Algarve, teve uma subida homóloga do número de desempregados a bater todos os recordes: + 82,0% ou mais de oito mil pessoas face a Maio do ano passado. Neste campo, como já referido, a Madeira está no topo, com os tais 41,1% de aumento, muito à frente dos Açores (27,3%) e de Lisboa (27,1%). A media nacional também deixa a desejar: +27,6%.
Oferta de emprego em baixa
Muito por 'culpa' da chegada das épocas mais quentes, a oferta de emprego em Maio - a maior parte sazonal - aumentou em todo o País, excepto na Madeira.
No final do mês de Maio foram apenas 154 novas ofertas de emprego em toda a Região Autónoma, menos 21,4% face a Abril, que tivera 196 propostas disponíveis. Os Açores foram a região onde mais cresceu a oferta em termos mensais (+26,7%), contribuindo para que o total nacional superasse os 10% de aumento.
Em termos homólogos, os Açores (-86,7%), a Madeira (-58,0%) e Lisboa (-8,9%) mostram que a crise não abranda junto das empresas, que têm pouco ou nada para oferecer. O Alentejo (+85,3%) e o Norte (+10,6%) contribuíram para melhorar a média nacional para mais 4,3%.
Governo fala em abrandamento
Por fim, uma nota para o comunicado do Governo Regional, pela Secretaria dos Recursos Humanos. "Apesar deste novo acréscimo do número de desempregados inscritos, continua a notar-se algum abrandamento, uma vez que o aumento em relação ao mês de Abril é inferior ao acontecido entre este e o de Março", justifica. É que, apesar dos números sempre crescentes nos cinco meses deste ano, o GR lembra que a taxa de desemprego por cá (6,8%) apresenta "níveis mais favoráveis do que acontece no total do País (8,9%).
10 meses depois...
O presidente do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), Francisco Madelino, considerou ontem, segundo a agência Lusa, que os dados de Maio relativos ao número de inscritos podem representar "os primeiros sinais" da recuperação do mercado de trabalho. Com a excepção do Norte e da Madeira, todas as regiões contribuíram para que o número inscritos em Maio diminuísse 0,5%, relativamente ao mês anterior, apesar de ter subido 27,6% em termos homólogos. Foi "a primeira vez em 10 meses que o desemprego relativamente ao mês anterior desce", disse.
Pacto Mundial Reunião da OIT elaborou estratégia de luta pelo emprego
O Pacto Mundial para o Emprego, adoptado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), na sua 96ª reunião anual, que decorreu durante a semana passada em Genebra, Suíça, é o principal ponto a destacar neste evento que reuniu 193 Estados-Membros. Muito por culpa da crise financeira internacional, o compromisso por estes assinado baseia-se em dois princípios gerais: respeito pela Agenda do Trabalho Digno e pelos princípios e compromissos sociais da OIT incluídos na Declaração sobre Justiça Social para uma Mundialização Justa; fomento da procura de soluções nacionais com o recurso à negociação colectiva, ao diálogo social, numa base de compromissos tripartidos. Além disso, há vários objectivos a cumprir. A Região Autónoma da Madeira participou na Sessão Anual e na Cimeira da OIT sobre a Crise Mundial de Emprego, integrando a delegação de Portugal, através do secretário regional dos Recursos Humanos, Brazão de Castro, e do director regional do Trabalho, Rui Silva.
Fonte: DN
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