É um 'mistério', como o classificou Carlos Pereira (PS): a Madeira tem cerca de 15 mil desempregados, registados no centro de emprego, uma população activa de cerca de 130 mil potenciais trabalhadores e a taxa de desemprego... é de 6,3%. Em contas simples e redondas, a taxa seria a percentagem que os desempregados representam na população activa, o que seria 11,5%. Mas não é essa a conta feita pelo Instituto Nacional de Estatística que apenas contabiliza 7.900 desempregados na Madeira. Tomando por base apenas o número de subsídios de desemprego pagos - há desempregados que não recebem - o número é superior a 13 mil e a taxa seria de 10%.
Ao longo da manhã de ontem, no plenário da Assembleia Legislativa, durante um debate requerido pelo grupo parlamentar do PS-M, o secretário regional dos Recursos Humanos esgrimiu argumentos com a oposição sobre esta discrepância de valores. No final, dificilmente algum deputado poderá afirmar que ficou completamente esclarecido.
Certo, mesmo, é que o cálculo é igual em todo o País e na União Europeia e Brazão de Castro não teve problemas em afirmar que a Madeira tem a quarta taxa de desemprego mais baixa da Europa.
Plano com 17 milhões
O governante reconheceu que o desemprego é um problema, mas procurou apresentar os resultados do Plano Regional de Emprego, que este ano foi reforçado e cuja verba total atingirá os 17 milhões.
Brazão de Castro mostrou-se mais enérgico do que habitualmente nos debates parlamentares e chegou a trocar algumas 'bocas' com a oposição que acusou de não apresentar medidas concretas.
Foi precisamente nesse ponto que o partido proponente do debate pegou. Carlos Pereira e Jaime Leandro lembraram que o PS, no debate do orçamento, apresentou 52 propostas que acabaram "chumbadas em bloco" pela maioria.
A oposição também foi particularmente crítica em relação ao facto de o vice-presidente do GR, Cunha e Silva, responsável pelas áreas económicas, não estar no plenário. Todos os partidos, incluindo o PSD, lembraram que o importante é apresentar medidas de promoção e protecção do emprego que terão de passar por apoios e incentivos às empresas.
Nas intervenções finais o PS voltou a pedir medidas para promoção de emprego e Roberto Amada (BE) garantiu que o número real de madeirenses sem trabalho deverá atingir os 20 mil. Leonel Nunes, do PCP, pediu ao secretário para não falar mais de estatísticas.
Secretário furta-se a responder sobre o 'Jm'
"Estou aqui para falar do desemprego!", foi a resposta de Brazão de Castro à insistência de Roberto Almada que pedia ao secretário regional dos Recursos Humanos que respondesse a uma questão sobre a comunicação social.
Na sessão de perguntas ao governante - um total de 21 a que respondeu em bloco -, o deputado do BE acusou o Governo Regional de criar desemprego na comunicação social, ao promover concorrência desleal através do Jornal da Madeira. O GR injecta, anualmente, mais de quatro milhões de euros no 'JM' que é distribuído de forma gratuita, embora tenha preço de capa, além de remeter a publicidade institucional para aquele jornal.
Almada perguntou o que iria fazer o secretário, que tutela o sector da comunicação e social e, por isso, é responsável pelo relacionamento do GR com o Jornal da Madeira, mas não obteve qualquer resposta.
Brazão de Castro e Roberto Almada ainda se envolveram numa troca de 'bocas' relacionada com um cartaz do Bloco de Esquerda em que o secretário aparecia com um nariz de Pinóquio.
O que disseram
- "Este mistério estatístico (taxa de desemprego) parece agradar as intenções do Governo por razões difíceis de entender" - Carlos Pereira (PS).
- "Ou alguma coisa não bate certo, ou há uma burla enorme nos subsídios de desemprego" - idem.
- "Apareceram 11 mil candidatos para 48 vagos para limpar escolas e não há desemprego?" - Leonel Nunes (PCP).
- "Já nem o Verão esconde o número imenso de desempregados" - Jaime Leandro (PS).
- "Os números do desemprego só não são maiores porque milhares de madeirenses emigram" - Martinho Câmara (CDS).
- "O PS agenda o debate, faz as acusações e já tirou as conclusões " - Bruno Macedo (PSD).
- "Tenho ouvido zero da oposição, porque os senhores não sabem nada de coisa nenhuma. A única coisa que sabem é vir para aqui dizer mal" - Brazão de Castro, secretário regional dos Recursos Humanos.
- "Senhor deputado, diga lá qual foi a mentira que eu disse. O senhor é que é um mentiroso" - idem, dirigindo-se a Roberto Almada.
- "Saio daqui sabendo que o Governo Regional tem um conjunto de medidas e soluções para resolver os problemas e que o senhor secretário está receptivo a sugestões" - Savino Correia (PSD).
- "É falacioso que se diga que o GR não está empenhado na criação de emprego. O senhor secretário até criou emprego para as filhas" - José Manuel Coelho (PND).
- "A exploração de mão-de-obra escrava acontece todos os dias na nossa Região (...) e o mais caricato é que muitos destes exploradores e parasitas da sociedade sejam logo condecorados pelo GR e, não raras vezes, feitos comendadores" - Roberto Almada (BE).
- "Basta! Estamos fartos. Basta senhor secretário. Já ninguém o pode levar a sério. Já ninguém o enxerga a sia e aos seus números transformados em males menores" - Leonel Nunes (PCP).
Ao longo da manhã de ontem, no plenário da Assembleia Legislativa, durante um debate requerido pelo grupo parlamentar do PS-M, o secretário regional dos Recursos Humanos esgrimiu argumentos com a oposição sobre esta discrepância de valores. No final, dificilmente algum deputado poderá afirmar que ficou completamente esclarecido.
Certo, mesmo, é que o cálculo é igual em todo o País e na União Europeia e Brazão de Castro não teve problemas em afirmar que a Madeira tem a quarta taxa de desemprego mais baixa da Europa.
Plano com 17 milhões
O governante reconheceu que o desemprego é um problema, mas procurou apresentar os resultados do Plano Regional de Emprego, que este ano foi reforçado e cuja verba total atingirá os 17 milhões.
Brazão de Castro mostrou-se mais enérgico do que habitualmente nos debates parlamentares e chegou a trocar algumas 'bocas' com a oposição que acusou de não apresentar medidas concretas.
Foi precisamente nesse ponto que o partido proponente do debate pegou. Carlos Pereira e Jaime Leandro lembraram que o PS, no debate do orçamento, apresentou 52 propostas que acabaram "chumbadas em bloco" pela maioria.
A oposição também foi particularmente crítica em relação ao facto de o vice-presidente do GR, Cunha e Silva, responsável pelas áreas económicas, não estar no plenário. Todos os partidos, incluindo o PSD, lembraram que o importante é apresentar medidas de promoção e protecção do emprego que terão de passar por apoios e incentivos às empresas.
Nas intervenções finais o PS voltou a pedir medidas para promoção de emprego e Roberto Amada (BE) garantiu que o número real de madeirenses sem trabalho deverá atingir os 20 mil. Leonel Nunes, do PCP, pediu ao secretário para não falar mais de estatísticas.
Secretário furta-se a responder sobre o 'Jm'
"Estou aqui para falar do desemprego!", foi a resposta de Brazão de Castro à insistência de Roberto Almada que pedia ao secretário regional dos Recursos Humanos que respondesse a uma questão sobre a comunicação social.
Na sessão de perguntas ao governante - um total de 21 a que respondeu em bloco -, o deputado do BE acusou o Governo Regional de criar desemprego na comunicação social, ao promover concorrência desleal através do Jornal da Madeira. O GR injecta, anualmente, mais de quatro milhões de euros no 'JM' que é distribuído de forma gratuita, embora tenha preço de capa, além de remeter a publicidade institucional para aquele jornal.
Almada perguntou o que iria fazer o secretário, que tutela o sector da comunicação e social e, por isso, é responsável pelo relacionamento do GR com o Jornal da Madeira, mas não obteve qualquer resposta.
Brazão de Castro e Roberto Almada ainda se envolveram numa troca de 'bocas' relacionada com um cartaz do Bloco de Esquerda em que o secretário aparecia com um nariz de Pinóquio.
O que disseram
- "Este mistério estatístico (taxa de desemprego) parece agradar as intenções do Governo por razões difíceis de entender" - Carlos Pereira (PS).
- "Ou alguma coisa não bate certo, ou há uma burla enorme nos subsídios de desemprego" - idem.
- "Apareceram 11 mil candidatos para 48 vagos para limpar escolas e não há desemprego?" - Leonel Nunes (PCP).
- "Já nem o Verão esconde o número imenso de desempregados" - Jaime Leandro (PS).
- "Os números do desemprego só não são maiores porque milhares de madeirenses emigram" - Martinho Câmara (CDS).
- "O PS agenda o debate, faz as acusações e já tirou as conclusões " - Bruno Macedo (PSD).
- "Tenho ouvido zero da oposição, porque os senhores não sabem nada de coisa nenhuma. A única coisa que sabem é vir para aqui dizer mal" - Brazão de Castro, secretário regional dos Recursos Humanos.
- "Senhor deputado, diga lá qual foi a mentira que eu disse. O senhor é que é um mentiroso" - idem, dirigindo-se a Roberto Almada.
- "Saio daqui sabendo que o Governo Regional tem um conjunto de medidas e soluções para resolver os problemas e que o senhor secretário está receptivo a sugestões" - Savino Correia (PSD).
- "É falacioso que se diga que o GR não está empenhado na criação de emprego. O senhor secretário até criou emprego para as filhas" - José Manuel Coelho (PND).
- "A exploração de mão-de-obra escrava acontece todos os dias na nossa Região (...) e o mais caricato é que muitos destes exploradores e parasitas da sociedade sejam logo condecorados pelo GR e, não raras vezes, feitos comendadores" - Roberto Almada (BE).
- "Basta! Estamos fartos. Basta senhor secretário. Já ninguém o pode levar a sério. Já ninguém o enxerga a sia e aos seus números transformados em males menores" - Leonel Nunes (PCP).
Fonte: DN
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