«Em todas os meus discursos afirmo e admito que o desemprego subiu nos últimos anos, mas acrescento que ao longo dos meses de 2008 temos assistido a uma estabilização e diminuição nos números do desemprego». A frase é do secretário regional dos Recursos Humanos, Brazão de Castro. Foi proferida em 2008 em resposta a um cartaz que o Bloco de Esquerda colocou nas ruas da cidade do Funchal, durante o mês de Agosto daquele ano, onde o governante surgia com um nariz comprido, com a palavra afirmativa escrita “Mentiroso!”. Na altura motivou procedimentos judiciais com o propósito de os retirar. Mas a frase mantém-se actual por parte do governante.
A questão voltou a ser aflorada na semana passada, na quinta-feira, numa sessão plenária na Assembleia Legislativa da Madeira, onde o secretário regional esteve precisamente para falar de desemprego na Região Autónoma da Madeira.
Contudo, desafiado no parlamento por Brazão de Castro para dizer onde estava a mentira, o líder do Bloco de Esquerda na Madeira, Roberto Almada, não respondeu. O governante diz que, não o fazendo, «poderá ser ele próprio o mentiroso».
Confrontado posteriormente pelo Jornal da Madeira com esta questão o bloquista recorda que se tratou, realmente, de um cartaz de 2008. Vincou que, até aí, «o senhor secretário tinha um discurso que, efectivamente, contrariava o discurso oficial, onde dizia que o aumento do desemprego não se verificava na Madeira. Aí estava a faltar à verdade.» Ao invés, afirma que hoje o secretário regional dos Recursos Humanos «admite que, relativamente ao mês homólogo do ano anterior existe um aumento».Daí afirmar que não voltaria a colocar o cartaz «pelo menos da mesma forma, pelo reconhecimento do senhor secretário de que o desemprego vem aumentando, o que, provavelmente, não fazia sentido reeditar esse cartaz, como é óbvio».
Perante as respostas do deputado, Brazão de Castro insiste em reafirmar que é falso que tenha faltado à verdade, designadamente aquando da divulgação de um «vergonhoso cartaz (vergonhoso para o Bloco de Esquerda) em que chamava de mentiroso ao secretário regional e em que, imagine-se, os próprios números do desemprego referidos tinham sido divulgados pelo próprio Instituto de Emprego da Madeira».
Neste sentido, sublinha que tem desafiado e continua a fazê-lo para que o deputado do Bloco de Esquerda diga qual foi então «a minha mentira (na sua opinião, entenda-se) e onde a terei proferido». Mas «não foi capaz de o dizer e continua a não ser».
Novamente confrontado com o facto de insistir na mentira por parte do governante procuramos saber de Roberto Almada em que momento, ou momentos, o senhor secretário, eventualmente, teria faltado à verdade. Na segunda-feira de manhã, num primeiro contacto, o parlamentar respondeu que estava a conduzir e que não tinha os dados de cabeça, pelo que adiantou que iria proceder a uma consulta e que, depois, ao fim da tarde, enviaria o solicitado por email. Contudo, com o passar do tempo, recordamos o combinado ao deputado, não fosse existir alguma troca de letras no endereço electrónico ou outra particularidade. Respondeu então que estava de férias, mas que regressava a 16. E, nessa altura, disse que tem todo o gosto em responder à minha questão, e, por consequência, ao secretário regional dos Recursos Humanos.
Declarações mensais
Nesta questão, em resposta ao JM, Brazão de Castro evidencia que as suas declarações sobre o desemprego envolvendo novos dados «são feitas, pelo menos, uma vez por mês quanto ao desemprego registado, e de três em três meses quanto à taxa de desemprego, coincidindo, naturalmente, com a divulgação pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional e pelo Instituto Nacional de Estatística, respectivamente do desemprego registado e a taxa de desemprego».São análises que refere serem feitas «com todo o rigor e que são divulgadas por escrito».
E, neste âmbito, faz questão de realçar que sempre assinalou os aumentos e as diminuições dos indicadores.
Em relação ao debate da semana passada, o governante recorda que, «mais uma vez, não surgiram propostas alternativas às medidas activas de emprego em vigor».
Assim, reafirma que «tudo o que é possível fazer-se para combater o desemprego está a ser feito e que a Taxa de Desemprego na Madeira (6,3%) é bem mais favorável que a do País (10,6%) e ainda que o desemprego registado vem diminuindo ao longo dos últimos três meses».
Abrandamento
Pela parte do Bloco de Esquerda, Roberto Almada quis evidenciar que estas questões são políticas e nada têm de pessoais. Disse mesmo que tinha tido oportunidade de referir isso ao secretário regional quinta-feira na Assembleia Legislativa da Madeira.
Quanto à questão do desemprego, diz que existem análises diferentes em relação ao que se passa na Madeira.
Acentua que o secretário regional, enquanto governante, «continua a ter o discurso de que o desemprego está a baixar na Região Autónoma da Madeira» e o Bloco de Esquerda entende que «apesar de ser verdade que, por exemplo, de Maio para Junho, houve um ligeiro decréscimo, a verdade é que, desde 2002, há uma verdade irrefutável que o senhor secretário não pode desmentir que é o acréscimo do número de desempregados na Região. Uma comparação dos meses homólogos evidenciam que tem havido sempre um aumento».
Neste sentido, o líder do Bloco de Esquerda acentua que o que os preocupa é que, ano após ano, «o número de desempregados vai aumentando. As variações dentro do mesmo ano têm evidenciado algum abrandamento, mas não se reflectem quando comparadas com mês homólogo». Ou seja, diz que a comparação de todos os meses deste ano com os homólogos do ano anterior, «esta é uma verdade irrefutável». Diz que se compararmos o número de desempregados no final dos primeiros seis meses do ano com o primeiro semestre de 2009 «o número é muito superior ao que tínhamos em Junho do ano passado»
Insiste que a afirmação do secretário quando diz que o desemprego tem diminuído «não corresponde totalmente à verdade», sem que isso queira representar «qualquer ataque pessoal ao senhor secretário e à sua honra». «São questões políticas, e, como tal, devem ser correctamente interpretadas».
Fonte: JM
A questão voltou a ser aflorada na semana passada, na quinta-feira, numa sessão plenária na Assembleia Legislativa da Madeira, onde o secretário regional esteve precisamente para falar de desemprego na Região Autónoma da Madeira.
Contudo, desafiado no parlamento por Brazão de Castro para dizer onde estava a mentira, o líder do Bloco de Esquerda na Madeira, Roberto Almada, não respondeu. O governante diz que, não o fazendo, «poderá ser ele próprio o mentiroso».
Confrontado posteriormente pelo Jornal da Madeira com esta questão o bloquista recorda que se tratou, realmente, de um cartaz de 2008. Vincou que, até aí, «o senhor secretário tinha um discurso que, efectivamente, contrariava o discurso oficial, onde dizia que o aumento do desemprego não se verificava na Madeira. Aí estava a faltar à verdade.» Ao invés, afirma que hoje o secretário regional dos Recursos Humanos «admite que, relativamente ao mês homólogo do ano anterior existe um aumento».Daí afirmar que não voltaria a colocar o cartaz «pelo menos da mesma forma, pelo reconhecimento do senhor secretário de que o desemprego vem aumentando, o que, provavelmente, não fazia sentido reeditar esse cartaz, como é óbvio».
Perante as respostas do deputado, Brazão de Castro insiste em reafirmar que é falso que tenha faltado à verdade, designadamente aquando da divulgação de um «vergonhoso cartaz (vergonhoso para o Bloco de Esquerda) em que chamava de mentiroso ao secretário regional e em que, imagine-se, os próprios números do desemprego referidos tinham sido divulgados pelo próprio Instituto de Emprego da Madeira».
Neste sentido, sublinha que tem desafiado e continua a fazê-lo para que o deputado do Bloco de Esquerda diga qual foi então «a minha mentira (na sua opinião, entenda-se) e onde a terei proferido». Mas «não foi capaz de o dizer e continua a não ser».
Novamente confrontado com o facto de insistir na mentira por parte do governante procuramos saber de Roberto Almada em que momento, ou momentos, o senhor secretário, eventualmente, teria faltado à verdade. Na segunda-feira de manhã, num primeiro contacto, o parlamentar respondeu que estava a conduzir e que não tinha os dados de cabeça, pelo que adiantou que iria proceder a uma consulta e que, depois, ao fim da tarde, enviaria o solicitado por email. Contudo, com o passar do tempo, recordamos o combinado ao deputado, não fosse existir alguma troca de letras no endereço electrónico ou outra particularidade. Respondeu então que estava de férias, mas que regressava a 16. E, nessa altura, disse que tem todo o gosto em responder à minha questão, e, por consequência, ao secretário regional dos Recursos Humanos.
Declarações mensais
Nesta questão, em resposta ao JM, Brazão de Castro evidencia que as suas declarações sobre o desemprego envolvendo novos dados «são feitas, pelo menos, uma vez por mês quanto ao desemprego registado, e de três em três meses quanto à taxa de desemprego, coincidindo, naturalmente, com a divulgação pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional e pelo Instituto Nacional de Estatística, respectivamente do desemprego registado e a taxa de desemprego».São análises que refere serem feitas «com todo o rigor e que são divulgadas por escrito».
E, neste âmbito, faz questão de realçar que sempre assinalou os aumentos e as diminuições dos indicadores.
Em relação ao debate da semana passada, o governante recorda que, «mais uma vez, não surgiram propostas alternativas às medidas activas de emprego em vigor».
Assim, reafirma que «tudo o que é possível fazer-se para combater o desemprego está a ser feito e que a Taxa de Desemprego na Madeira (6,3%) é bem mais favorável que a do País (10,6%) e ainda que o desemprego registado vem diminuindo ao longo dos últimos três meses».
Abrandamento
Pela parte do Bloco de Esquerda, Roberto Almada quis evidenciar que estas questões são políticas e nada têm de pessoais. Disse mesmo que tinha tido oportunidade de referir isso ao secretário regional quinta-feira na Assembleia Legislativa da Madeira.
Quanto à questão do desemprego, diz que existem análises diferentes em relação ao que se passa na Madeira.
Acentua que o secretário regional, enquanto governante, «continua a ter o discurso de que o desemprego está a baixar na Região Autónoma da Madeira» e o Bloco de Esquerda entende que «apesar de ser verdade que, por exemplo, de Maio para Junho, houve um ligeiro decréscimo, a verdade é que, desde 2002, há uma verdade irrefutável que o senhor secretário não pode desmentir que é o acréscimo do número de desempregados na Região. Uma comparação dos meses homólogos evidenciam que tem havido sempre um aumento».
Neste sentido, o líder do Bloco de Esquerda acentua que o que os preocupa é que, ano após ano, «o número de desempregados vai aumentando. As variações dentro do mesmo ano têm evidenciado algum abrandamento, mas não se reflectem quando comparadas com mês homólogo». Ou seja, diz que a comparação de todos os meses deste ano com os homólogos do ano anterior, «esta é uma verdade irrefutável». Diz que se compararmos o número de desempregados no final dos primeiros seis meses do ano com o primeiro semestre de 2009 «o número é muito superior ao que tínhamos em Junho do ano passado»
Insiste que a afirmação do secretário quando diz que o desemprego tem diminuído «não corresponde totalmente à verdade», sem que isso queira representar «qualquer ataque pessoal ao senhor secretário e à sua honra». «São questões políticas, e, como tal, devem ser correctamente interpretadas».
Fonte: JM
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