Apesar de trabalhar como assistente administrativa numa escola madeirense, Ana Miguel admite que este ano lectivo de 2010/11 será de alguma indefinição profissional. Está a concluir o Mestrado em Ensino das Artes Visuais no 3º Ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário, e uma vez que tem ainda de defender a sua tese, já sabe que, à partida, tem muito poucas hipóteses de dar aulas este ano. De qualquer modo, concorreu aos concursos de contratação de professores para o ano lectivo que se inicia este mês, tendo feito parte das listas provisórias.
Explicando que durante os últimos anos foi trabalhadora/estudante, a jovem de 30 anos admite que o seu sonho, em termos de carreira, é ser professora. Por isso mesmo, e embora «não tenha muitas expectativas» de dar início à docência este ano, está convicta de que, no próximo ano, em que vai concorrer ao ensino, será professora numa escola da Madeira ou do Porto Santo. Ana Miguel não pretende concorrer ao concurso nacional, porque quer ensinar apenas na Região Autónoma. «No próximo ano lectivo, volto a concorrer até ao dia que conseguir, porque entretanto há professores que vão para a reforma. Algum dia, haverá lugar para nós».
Conforme nos explicou a ainda estudante universitária, «como alunos de mestrado, procedemos à entrega da tese e ficamos sujeitos a que o Conselho Científico reúna e marque a data da defesa da tese. Contudo, em consequência da mudança orgânica na Universidade da Madeira ocorrida este ano lectivo, «o processo de defesas das teses está atrasado», tendo em linha de conta que os professores que exercem cargos de dirigentes, como no Conselho Científico, são também os docentes que acompanham os exames de época especial. «Estão sobrecarregados», explica.
De qualquer modo, e para salvaguardar os interesses dos mestrandos, estes podem pedir uma declaração que comprove que são alunos finalistas do curso em causa de modo a poderem apresentarem-se ao concurso, constando da lista provisória.
Como as teses serão defendidas durante o mês de Setembro e no início de Outubro, concluído este processo, os finalistas podem entregar os certificados de habilitação académica com os seus currículos na Direcção Regional de Administração Educativa e constar de uma lista para as futuras ofertas públicas de emprego. Estas ocorrem quando não há professores da lista definitiva actual para colocar, ou ainda quando, durante o ano lectivo, surja a necessidade de substituição de docentes, causada, por exemplo, por uma licença de maternidade.
Ana Miguel enalteceu ainda o precedente que o Governo Regional abriu para favorecer os alunos finalistas na situação como a que se encontra a jovem. Isto porque, os concursos nacionais ocorrem em Março e o concurso regional ocorre normalmente em Junho. Mas, para os mestrandos, o ano escolar termina mais tarde. Assim, e para permitir que estes possam concorrer ao concurso regional, «a Região tolera que o aluno, com comprovativos de que está a terminar o mestrado, e sendo possível que termine antes da lista definitiva e que tenha essa habilitação, se mantenha na lista. E, caso não consiga comprovar, o seu nome é excluído sem qualquer penalização.
Primeiro ano de docência «não foi o que esperava»
Igor Aguiar, de 26 anos, ingressou na docência pela primeira vez, passado ano lectivo. Este madeirense, com o curso de professor de Educação Física na Universidade da Madeira, comentou que o primeiro ano de profissão não foi o que esperava. Isso porque, apesar de ter conseguido uma colocação na área da Educação Física, acabou por dar aulas de apoio nas disciplinas de Português e de Matemática, do 1º ciclo. De qualquer das formas, foi importante passar pela experiência. «Aprendemos sempre qualquer coisa, mesmo estando noutra área que não a que queremos, nem que seja no relacionamento com os miúdos e com o funcionamento escolar». Mesmo assim, confessa a sua decepção por não ter conseguido uma vaga na Educação Física, ainda mais quando os seus colegas alcançaram esse objectivo.
Hoje, é um dia de alguma ansiedade, porque ficará a saber se é, ou não, um dos docentes colocados no âmbito da lista de contratação cíclica. Apesar desta ser a carreira que pretende seguir, admitiu que os primeiros anos é de «muita expectativa e indefinição». Isso porque, «quando acabamos o curso, saímos com a expectativa de começarmos logo a trabalhar, e pormos em prática o que aprendemos, mas existem muitas pessoas também à procura de colocação e, no fundo, há muita ansiedade». Hoje, será então um dia decisivo para Igor Aguiar. «Existem três hipóteses: uma delas é entrar já na contratação cíclica, outra é, caso não consiga, submeter-me a nova candidatura e esperar que sobrem vagas e, uma terceira opção, será através das ofertas públicas de emprego, para as quais também já concorri».
Dar formação para ganhar experiência
Luís Silva tem contrato, durante uns meses do novo ano lectivo, como formador na Escola da APEL. O madeirense de 28 anos, dá formação na área dos Audio-Visuais e Multimédia, sendo licenciado pela Escola Superior de Comunicação Social em Lisboa. Esteve dois anos a trabalhar na capital portuguesa, numa produtora de Audio-Visuais. Decidiu, depois, regressar à Madeira, «pela qualidade de vida que temos na ilha e para fugir à confusão de Lisboa».
Como Luís Silva não conseguiu um emprego a tempo inteiro, a não ser em prestação de serviços a uma empresa, decidiu «procurar por mais um fonte de rendimentos na área da formação». Assim, teve a primeira experiência como formador, uma actividade que, há dois anos atrás, seria impensável seguir, como admitiu. A experiência tem sido positiva, ainda mais porque considera que o formador ensina os alunos de uma forma mais próxima destes, com aulas «mais práticas». A seu ver, essa é a principal diferença entre o ensino normal e o ensino profissional. Depois de ter concluído a sua primeira experiência como formador profissional, Luís Silva admite querer continuar, atendendo ao facto de ter mais uma fonte de rendimento. Para além disso, «é uma boa aposta para ganhar experiência e novos conhecimentos».
Lista de contratação cíclica coloca 573
Hoje, é tornada pública a lista de contratação cíclica de professores. De qualquer modo, e de acordo com as informações prestadas ao JM, pela Direcção Regional de Administração Educativa, na última sexta-feira à noite, nesta lista, é possível divulgar que não foram colocados 707 docentes sendo que, destes, 249 têm residência na Madeira. Atendendo a que, da lista de contratação de professores e educadores de infância para o ano lectivo de 210/2011, 1280 candidatos não tinham sido ainda lugar, terão agora encontrado colocação 573 docentes.
Recorde-se que a lista de contratação cíclica surge após a publicação das listas de contratação de professores e educadores de infância para o ano lectivo, e visa colmatar vagas vagas remanescentes nas quais são colocados mais docentes e, por outro lado, para responder ao facto de muitos candidatos terem optado pelo concurso nacional.
É de recordar ainda que, no âmbito das recentemente publicadas listas de docentes, na fase de contratação houve 1.449 renovações de contrato, «procedimento este que foi aplicado a todos os docentes que reuniam os requisitos para tal, concretamente possuir um ano de serviço de prestação ininterrupta.
A Secretaria Regional de Educação e Cultura esclareceu, na passada semana, que a todos os docentes contratados no ano transacto e que reuniam as condições, foi renovado o respectivo contrato. A distribuição das 1.449 renovações foram distribuídas da seguinte forma: 35 na Educação Especial, 162 na Educação Pré-Escolar, 489 no 1º ciclo do Ensino Básico e 763 no 2º e 3º ciclos e Ensino Secundário.
Numa missiva assinada pelo secretário regional da tutela, é sublinhado ainda que «o Governo Regional da Madeira cumpre assim dois dos seus principais propósitos: Manter uma baixa percentagem de professores contratados, consequência do elevado grau de estabilidade da carreira docente, e renova contrato com todos os docentes que, no ano anterior, reuniram os requisitos legais para a renovação, pugnando, também aqui, pela estabilidade da carreira destes docentes».
Fonte: JM
Explicando que durante os últimos anos foi trabalhadora/estudante, a jovem de 30 anos admite que o seu sonho, em termos de carreira, é ser professora. Por isso mesmo, e embora «não tenha muitas expectativas» de dar início à docência este ano, está convicta de que, no próximo ano, em que vai concorrer ao ensino, será professora numa escola da Madeira ou do Porto Santo. Ana Miguel não pretende concorrer ao concurso nacional, porque quer ensinar apenas na Região Autónoma. «No próximo ano lectivo, volto a concorrer até ao dia que conseguir, porque entretanto há professores que vão para a reforma. Algum dia, haverá lugar para nós».
Conforme nos explicou a ainda estudante universitária, «como alunos de mestrado, procedemos à entrega da tese e ficamos sujeitos a que o Conselho Científico reúna e marque a data da defesa da tese. Contudo, em consequência da mudança orgânica na Universidade da Madeira ocorrida este ano lectivo, «o processo de defesas das teses está atrasado», tendo em linha de conta que os professores que exercem cargos de dirigentes, como no Conselho Científico, são também os docentes que acompanham os exames de época especial. «Estão sobrecarregados», explica.
De qualquer modo, e para salvaguardar os interesses dos mestrandos, estes podem pedir uma declaração que comprove que são alunos finalistas do curso em causa de modo a poderem apresentarem-se ao concurso, constando da lista provisória.
Como as teses serão defendidas durante o mês de Setembro e no início de Outubro, concluído este processo, os finalistas podem entregar os certificados de habilitação académica com os seus currículos na Direcção Regional de Administração Educativa e constar de uma lista para as futuras ofertas públicas de emprego. Estas ocorrem quando não há professores da lista definitiva actual para colocar, ou ainda quando, durante o ano lectivo, surja a necessidade de substituição de docentes, causada, por exemplo, por uma licença de maternidade.
Ana Miguel enalteceu ainda o precedente que o Governo Regional abriu para favorecer os alunos finalistas na situação como a que se encontra a jovem. Isto porque, os concursos nacionais ocorrem em Março e o concurso regional ocorre normalmente em Junho. Mas, para os mestrandos, o ano escolar termina mais tarde. Assim, e para permitir que estes possam concorrer ao concurso regional, «a Região tolera que o aluno, com comprovativos de que está a terminar o mestrado, e sendo possível que termine antes da lista definitiva e que tenha essa habilitação, se mantenha na lista. E, caso não consiga comprovar, o seu nome é excluído sem qualquer penalização.
Primeiro ano de docência «não foi o que esperava»
Igor Aguiar, de 26 anos, ingressou na docência pela primeira vez, passado ano lectivo. Este madeirense, com o curso de professor de Educação Física na Universidade da Madeira, comentou que o primeiro ano de profissão não foi o que esperava. Isso porque, apesar de ter conseguido uma colocação na área da Educação Física, acabou por dar aulas de apoio nas disciplinas de Português e de Matemática, do 1º ciclo. De qualquer das formas, foi importante passar pela experiência. «Aprendemos sempre qualquer coisa, mesmo estando noutra área que não a que queremos, nem que seja no relacionamento com os miúdos e com o funcionamento escolar». Mesmo assim, confessa a sua decepção por não ter conseguido uma vaga na Educação Física, ainda mais quando os seus colegas alcançaram esse objectivo.
Hoje, é um dia de alguma ansiedade, porque ficará a saber se é, ou não, um dos docentes colocados no âmbito da lista de contratação cíclica. Apesar desta ser a carreira que pretende seguir, admitiu que os primeiros anos é de «muita expectativa e indefinição». Isso porque, «quando acabamos o curso, saímos com a expectativa de começarmos logo a trabalhar, e pormos em prática o que aprendemos, mas existem muitas pessoas também à procura de colocação e, no fundo, há muita ansiedade». Hoje, será então um dia decisivo para Igor Aguiar. «Existem três hipóteses: uma delas é entrar já na contratação cíclica, outra é, caso não consiga, submeter-me a nova candidatura e esperar que sobrem vagas e, uma terceira opção, será através das ofertas públicas de emprego, para as quais também já concorri».
Dar formação para ganhar experiência
Luís Silva tem contrato, durante uns meses do novo ano lectivo, como formador na Escola da APEL. O madeirense de 28 anos, dá formação na área dos Audio-Visuais e Multimédia, sendo licenciado pela Escola Superior de Comunicação Social em Lisboa. Esteve dois anos a trabalhar na capital portuguesa, numa produtora de Audio-Visuais. Decidiu, depois, regressar à Madeira, «pela qualidade de vida que temos na ilha e para fugir à confusão de Lisboa».
Como Luís Silva não conseguiu um emprego a tempo inteiro, a não ser em prestação de serviços a uma empresa, decidiu «procurar por mais um fonte de rendimentos na área da formação». Assim, teve a primeira experiência como formador, uma actividade que, há dois anos atrás, seria impensável seguir, como admitiu. A experiência tem sido positiva, ainda mais porque considera que o formador ensina os alunos de uma forma mais próxima destes, com aulas «mais práticas». A seu ver, essa é a principal diferença entre o ensino normal e o ensino profissional. Depois de ter concluído a sua primeira experiência como formador profissional, Luís Silva admite querer continuar, atendendo ao facto de ter mais uma fonte de rendimento. Para além disso, «é uma boa aposta para ganhar experiência e novos conhecimentos».
Lista de contratação cíclica coloca 573
Hoje, é tornada pública a lista de contratação cíclica de professores. De qualquer modo, e de acordo com as informações prestadas ao JM, pela Direcção Regional de Administração Educativa, na última sexta-feira à noite, nesta lista, é possível divulgar que não foram colocados 707 docentes sendo que, destes, 249 têm residência na Madeira. Atendendo a que, da lista de contratação de professores e educadores de infância para o ano lectivo de 210/2011, 1280 candidatos não tinham sido ainda lugar, terão agora encontrado colocação 573 docentes.
Recorde-se que a lista de contratação cíclica surge após a publicação das listas de contratação de professores e educadores de infância para o ano lectivo, e visa colmatar vagas vagas remanescentes nas quais são colocados mais docentes e, por outro lado, para responder ao facto de muitos candidatos terem optado pelo concurso nacional.
É de recordar ainda que, no âmbito das recentemente publicadas listas de docentes, na fase de contratação houve 1.449 renovações de contrato, «procedimento este que foi aplicado a todos os docentes que reuniam os requisitos para tal, concretamente possuir um ano de serviço de prestação ininterrupta.
A Secretaria Regional de Educação e Cultura esclareceu, na passada semana, que a todos os docentes contratados no ano transacto e que reuniam as condições, foi renovado o respectivo contrato. A distribuição das 1.449 renovações foram distribuídas da seguinte forma: 35 na Educação Especial, 162 na Educação Pré-Escolar, 489 no 1º ciclo do Ensino Básico e 763 no 2º e 3º ciclos e Ensino Secundário.
Numa missiva assinada pelo secretário regional da tutela, é sublinhado ainda que «o Governo Regional da Madeira cumpre assim dois dos seus principais propósitos: Manter uma baixa percentagem de professores contratados, consequência do elevado grau de estabilidade da carreira docente, e renova contrato com todos os docentes que, no ano anterior, reuniram os requisitos legais para a renovação, pugnando, também aqui, pela estabilidade da carreira destes docentes».
Fonte: JM
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