O fecho da loja de artigos para o lar em que trabalhavam levou três colegas e amigas a arriscarem a criação do seu próprio negócio.
Juntas abriram a Hestia Decor em outubro de 2013, na Rua dos Ferreiros, Funchal.
Como decidiram avançar com este projeto?
Já algum tempo que falávamos em ter algo nosso, em brincadeira ou porque algo não estava bem onde trabalhávamos, mas logo a ideia era abandonada. Infelizmente o desemprego bateu-nos à porta, mas foi esta situação que fez-nos acordar e esquecer o medo das burocracias e da falta de dinheiro para concretizar um sonho.
Resolvemos lutar e fazer algo por nós. Com filhos e com casa por pagar, a necessidade obrigou-nos a colocar as mangas para cima. Não podíamos apenas aguardar, pois a nossa faixa etária e o facto de termos filhos torna-se um entrave para conseguir trabalho por conta de outrem. Além do mais, nessa data muitas empresas cessaram atividade, limitando muito as opções de trabalho.
Desde sempre que trabalhamos neste ramo e decidimos continuar porque é realmente aquilo que gostamos de fazer.
O apoio do IEM foi muito importante para nós. Já tínhamos ouvido falar destes apoios na comunicação social e um conhecido nosso falou-nos um pouco melhor. Decidimos então obter toda a informação necessária e percebemos que podíamos avançar com o projeto. Neste assunto pudemos contar com o nosso contabilista, que nos facilitou bastante todas as burocracias necessárias ao arranque da empresa e ao apoio do IEM.
Quais foram as vossas maiores dificuldades?
Não foi fácil começar e cada dia é uma luta, mas temos muita vontade de trabalhar. A palavra “desistir” não consta no nosso dicionário, pois somos uma equipa jovem e dinâmica.
Foi difícil encontrar um local para a nossa loja, pois queríamos que fosse no centro do Funchal, numa rua com bom movimento, que tivesse uma boa montra para expor os produtos, e que tivesse um preço acessível. Mas as rendas são muito elevadas, sobretudo neste momento de crise.
Este foi um dos grandes entraves. Tudo teve de ser bem analisado, pois as despesas mensais que surgiram nas nossas pesquisas assustavam, e os produtos a ser comercializados naHestia Decor não são considerados um bem de primeira necessidade.
Também tivemos dificuldade em arranjar bons fornecedores, com produtos de boa qualidade e a preços acessíveis. Como não havia dinheiro para viagens, tudo foi feito através da Internet, desde ver e escolher os produtos até efetuar as compras. Por vezes não nos saímos bem em alguns artigos, mas no geral podemos dizer que a experiência só nos fortaleceu.
Qual consideram ser o motivo do sucesso da Hestia Decor?
O sucesso da Hestia Decor depende da nossa equipa. Somos três jovens com vontade de fazer a diferença e cativamos o cliente dando a conhecer os nossos produtos com um bom atendimento. A qualidade faz a casa. O cliente satisfeito volta sempre e passa a palavra.
Apostamos em artigos diferentes e de qualidade, dando preferência aos produtos de fabrico nacional e até mesmo regional, sem esquecer a situação atual do nosso país, tentando por isso manter preços acessíveis.
Como está a correr o vosso projeto e que perspectivas têm para o futuro?
Face à crise podemos dizer que o resultado tem sido positivo, embora tenha alguns altos e baixos. Podemos dizer que já contamos com clientela regular e que demonstra estar satisfeita com a nossa qualidade/atendimento, recomendando-nos a pessoas amigas e conhecidas.
A nível futuro a Hestia Decor, pretende manter-se no mercado e quem sabe, se a crise deixar, apostar num espaço maior que nos permita ter mais variedade de produtos e capacidade de armazém.
Que conselho deixa aos desempregados que têm uma ideia de negócio?
Para aqueles que estão a ponderar iniciar uma atividade empresarial, temos de dizer que não é fácil mas é possível, e se estiver inscrito no Centro de Emprego pode contar com o apoio do IEM, ou outros apoios que o Estado Português está a disponibilizar.
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