Os entrevistadores estão à procura de provas concretas da sua experiência e não da sua capacidade de convencer alguém. Se a autopromoção o deixa pouco à vontade e todas as dicas sobre como vender a sua imagem só o põem nervoso, não desanime. Há outra abordagem que pode dar frutos durante os preciosos minutos de entrevista.
Se está a preparar-se para uma entrevista e está a treinar uma abordagem que simplesmente não se adequa à sua personalidade, pode estar a aumentar a pressão e pode acabar por exibir um comportamento tenso e artificial. Ou talvez esteja a tentar ser mais extrovertido mas sente-se desconfortável e acaba por voltar a um comportamento que pode ser prejudicial: subestimar as suas competências e ser autodepreciativo. Há um meio-termo.
Pode ser mais difícil encontrar este meio-termo se está à procura de emprego no estrangeiro e conseguiu uma entrevista num novo país. A EURES pode ajudá-lo a obter uma ideia clara das normas culturais em termos de entrevistas e currículos. A brochura Pronto para mudar de país? contém dicas e conselhos para todos aqueles que estão à procura de trabalho na UE, bem como na Islândia, no Listenstaine, na Noruega e na Suíça.
Aposte nos seus pontos fortes
Algumas pessoas estão à vontade a autopromover-se, outras nunca estarão, mas todas podem adaptar a imagem que transmitem sem ir necessariamente a extremos desconfortáveis.
Num artigo publicado no jornal britânico The Guardian, o orientador de carreira John Lees sugere: «Fale da forma como fala quando está descontraído. Entre amigos, há muito mais probabilidades de exprimir interesse, curiosidade ou felicidade do que de falar sobre as suas capacidades. É menos provável que diga "Sou bom a" e mais provável que diga "Gosto muito de". É por aí que deve começar.»
John aconselha os introvertidos por natureza a centrarem-se em provas e não no ego: «É melhor dar um exemplo em vez de afirmar um facto». Contar histórias pode ajudar. Contar ao entrevistador uma situação em que tenha alcançado um objetivo, superado um desafio ou obtido um bom resultado pode fazê-lo esquecer os nervos enquanto pensa no seu bom desempenho.
«A maioria das pessoas prefere ouvir histórias. As histórias são recordadas durante mais tempo do que a informação, e as boas histórias durante mais tempo ainda. Isto vale para a descrição das competências, mas vale mais ainda para as afirmações acerca do estilo de trabalho ou valores pessoais», diz John.
Como pode preparar antecipadamente esta abordagem?
Pesquise sobre a empresa que o vai entrevistar e o seu lugar no mercado. O que é que a diferencia das outras empresas no mesmo setor? De que maneira é que ela se destaca? Leia cuidadosamente o perfil das funções. Por que motivo está a candidatar-se ao emprego?
Depois de responder a estas perguntas, identifique as cinco principais capacidades exigidas pelo seu (assim se espera) novo empregador e reflita sobre o que é que já fez que comprova que possui essas capacidades.
Como John salienta, «"Eu fiz..." é mais convincente do que "Eu sou...". Em vez de começar sem à-vontade com "Sou um ótimo líder de equipa", experimente dizer "Vou falar-lhe sobre a última equipa com que trabalhei" ou "Vou falar-lhe sobre o impacto desse projeto". Concentre-se na história.»
Se sabe à partida que os nervos o atrapalham, lembre-se que quanto mais se preparar, mais confiante se irá sentir.
Interação com a rede de contactos
Se é verdade que a autopromoção agressiva se torna repetitiva para o entrevistador e coloca o entrevistado sob tensão, pode ser ainda mais contraproducente na interação antes das entrevistas.
Quer seja nas redes sociais ou no bar da esquina, se está a tentar descobrir onde irão surgir oportunidades de emprego ou a apresentar-se a possíveis futuros colegas, procure oportunidades de conversa e não de discurso.
John tem a última palavra: «Não precisa de fingir, limite-se a mostrar a melhor versão de si mesmo».
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