
A aposta na formação de profissionais na área da gerontologia com vista a uma melhoria de prestação de cuidados na área é um dos objectivos do Plano Gerontológico da Região para o quadriénio 2009-2013. Mas ainda antes do plano ser pensado e elaborado já a Universidade da Madeira abria um curso em Educação Sénior no ano lectivo de 2005/2006, numa iniciativa pioneira em Portugal.
Num artigo da autoria de Jesus Maria Sousa e Carlos Fino, professores da UMa, publicado em Julho de 2005 num semanário regional, era referido que "a iniciativa do lançamento deste curso resultou, em grande parte, das novas exigências sociais geradas não tanto pelas questões da multiculturalidade, como também pelas alterações demográficas que têm vindo a ocorrer na Europa, e no nosso país e na Madeira, em particular".
O curso pela novidade conseguiu atrair algumas dezenas de pessoas, porém, os alunos já formados na área queixam-se das poucas saídas profissionais na área e do facto de ser uma formação que nem as entidades regionais sabem existir (vide cartas do leitor da edição de hoje do DIÁRIO).
Outra das queixas dos ex-alunos da UMa, passa pelo facto de ao se inscreverem no Instituto de Emprego, em termos de actividade profissional procurada, têm de seleccionar a opção de 'Agente Educativo' ou então de 'Animador Sócio-Cultural'.
Segundo dados disponibilizados pelo presidente do Instituto Regional de Emprego (IRE), Sidónio Fernandes, actualmente estão inscritos no desemprego 24 pessoas formadas em Educação Sénior. Quanto à ocupação de educador sénior, o responsável explica que ainda não consta da Classificação Nacional de Profissões (CNP). "As pessoas formadas em Educação Sénior não estão a ser prejudicadas pelo facto da ocupação não constar da CNP", afirma Sidónio Fernandes. "Elas são inscritas pela sua licenciatura", acrescenta.
O responsável garante ainda que "quando algum empregador procurar um licenciado em Educação Sénior, essas pessoas são obviamente apresentadas".
O facto dos formados na área terem de indicar outras profissões na inscrição no IRE já que não existe a ocupação de educador sénior na CNP, também não deve ser visto como um entrave. "É meramente indicativo, para aquelas situações em que um empregador procura por determinada profissão, essas pessoas também poderem ser consideradas", diz Sidónio Fernandes.
O presidente do IRE diz mesmo que, na situação actual, é recomendável que, ao se inscrever no desemprego, a pessoa, especialmente se tiver uma habilitação superior, "abra bastante o leque de profissões que está disponível para exercer, porque se a pessoa tiver formação académica numa determinada área e se inscrever apenas para desempenhar funções naquela área, a probabilidade de se integrar rapidamente no mercado de trabalho reduz consideravelmente", alerta.
De qualquer modo, Sidónio Fernandes admite que seria importante rever e actualizar a CNP, visto que a última actualização da listagem data de 1994. "As universidades estão a lançar novos cursos todos os anos, com saídas profissionais que não constam da CNP. Não é uma situação exclusiva da Educação Sénior".
UMa deposita esperança no Plano Gerontológico
Castanheira da Costa, reitor da Universidade da Madeira (UMa), disse ao DIÁRIO que a intervenção na área da população sénior é uma aposta clara da instituição e uma aposta que se desenvolve em três diferentes níveis: na investigação, na formação de profissionais para tratar dos problemas específicos da população sénior e na formação desta mesma população. "A UMa participa, quer na formação de profissionais, por meio do 1º Ciclo em Serviço Social e dos seus Mestrados em Educação Sénior e Gerontologia), quer no apoio à Universidade Sénior, em parceria com a Câmara Municipal do Funchal", afirma.
A procura das formações na área são variáveis. Não referindo a sempre grande procura do curso em Serviço Social, e relativamente à procura das formação mais dirigidas para a população sénior e disponíveis actualmente na UMa, Castanheira da Costa revela que o mestrado em Educação Sénior tem tido "uma procura relativamente reduzida", estando actualmente inscritos 7 alunos dos 17 que foram colocados. "Quanto ao Mestrado de Gerontologia, que teve início em Setembro, o número de inscritos é de 27", acrescenta. Já relativamente ao 1º ciclo de Educação Sénior diplomaram-se 5 pessoas em 2008/2009. "Na sua fase pré-Bolonha, licenciaram-se no mesmo ano 21 pessoas". E acrescenta: "qualquer destes diplomas da UMa foi alvo da acreditação necessária junto do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior".
Depois da formação, o reitor admite que o desemprego é actualmente um dos maiores flagelos da sociedade e que afecta também as pessoas formadas na áreas relacionadas com a população sénior. Porém, acredita que "iniciativas como as do Plano Gerontológico, quer através das suas medidas concretas, quer através do despertar das consciências que provoca, contribuirá certamente para o aumento da procura de profissionais destas áreas, relativamente novas no nosso país".
Além disso, Castanheira da Costa afirma que a UMa está interessada em "participar activamente no desenvolvimento e sucesso" do Pano gerontológico e salienta que, "nesse quadro, dependendo da procura que existir e das suas próprias capacidades, a UMa não recusa a possibilidade de criação de outras iniciativas nesta área".
Cursos com várias saídas
A saídas profissionais dos cursos encontram-se caracterizadas no site da Universidade da Madeira.
1º Ciclo em Serviço Social: saídas profissionais para a Administração Pública Central (Ministérios), institutos de solidariedade e segurança social, hospitais e centros de saúde, tribunais, estabelecimentos prisionais, serviços de apoio social.
Mestrado em Educação Sénior: saídas profissionais nas áreas da organização e gestão de Centros Ocupacionais de Idosos; Organização e gestão de serviços para cidadãos seniores institucionalizados em organismos dependentes ou tutelados pelo Ministério da Saúde e pelo Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social ou Secretarias Regionais dos Assuntos Sociais (IPSS, Misericórdias e Mutualidades no âmbito da Saúde e da Segurança Social) ou noutras ONG sem fins lucrativos; Orientação educativa de tempos livres dos idosos, entre outras.
Mestrado em Gerontologia Social: formar e acreditar profissionais em Gerontologia Social e facilitar a incorporação de profissionais no campo da investigação Gerontológica através das linhas de investigação pré-estabelecidas.
Num artigo da autoria de Jesus Maria Sousa e Carlos Fino, professores da UMa, publicado em Julho de 2005 num semanário regional, era referido que "a iniciativa do lançamento deste curso resultou, em grande parte, das novas exigências sociais geradas não tanto pelas questões da multiculturalidade, como também pelas alterações demográficas que têm vindo a ocorrer na Europa, e no nosso país e na Madeira, em particular".
O curso pela novidade conseguiu atrair algumas dezenas de pessoas, porém, os alunos já formados na área queixam-se das poucas saídas profissionais na área e do facto de ser uma formação que nem as entidades regionais sabem existir (vide cartas do leitor da edição de hoje do DIÁRIO).
Outra das queixas dos ex-alunos da UMa, passa pelo facto de ao se inscreverem no Instituto de Emprego, em termos de actividade profissional procurada, têm de seleccionar a opção de 'Agente Educativo' ou então de 'Animador Sócio-Cultural'.
Segundo dados disponibilizados pelo presidente do Instituto Regional de Emprego (IRE), Sidónio Fernandes, actualmente estão inscritos no desemprego 24 pessoas formadas em Educação Sénior. Quanto à ocupação de educador sénior, o responsável explica que ainda não consta da Classificação Nacional de Profissões (CNP). "As pessoas formadas em Educação Sénior não estão a ser prejudicadas pelo facto da ocupação não constar da CNP", afirma Sidónio Fernandes. "Elas são inscritas pela sua licenciatura", acrescenta.
O responsável garante ainda que "quando algum empregador procurar um licenciado em Educação Sénior, essas pessoas são obviamente apresentadas".
O facto dos formados na área terem de indicar outras profissões na inscrição no IRE já que não existe a ocupação de educador sénior na CNP, também não deve ser visto como um entrave. "É meramente indicativo, para aquelas situações em que um empregador procura por determinada profissão, essas pessoas também poderem ser consideradas", diz Sidónio Fernandes.
O presidente do IRE diz mesmo que, na situação actual, é recomendável que, ao se inscrever no desemprego, a pessoa, especialmente se tiver uma habilitação superior, "abra bastante o leque de profissões que está disponível para exercer, porque se a pessoa tiver formação académica numa determinada área e se inscrever apenas para desempenhar funções naquela área, a probabilidade de se integrar rapidamente no mercado de trabalho reduz consideravelmente", alerta.
De qualquer modo, Sidónio Fernandes admite que seria importante rever e actualizar a CNP, visto que a última actualização da listagem data de 1994. "As universidades estão a lançar novos cursos todos os anos, com saídas profissionais que não constam da CNP. Não é uma situação exclusiva da Educação Sénior".
UMa deposita esperança no Plano Gerontológico
Castanheira da Costa, reitor da Universidade da Madeira (UMa), disse ao DIÁRIO que a intervenção na área da população sénior é uma aposta clara da instituição e uma aposta que se desenvolve em três diferentes níveis: na investigação, na formação de profissionais para tratar dos problemas específicos da população sénior e na formação desta mesma população. "A UMa participa, quer na formação de profissionais, por meio do 1º Ciclo em Serviço Social e dos seus Mestrados em Educação Sénior e Gerontologia), quer no apoio à Universidade Sénior, em parceria com a Câmara Municipal do Funchal", afirma.
A procura das formações na área são variáveis. Não referindo a sempre grande procura do curso em Serviço Social, e relativamente à procura das formação mais dirigidas para a população sénior e disponíveis actualmente na UMa, Castanheira da Costa revela que o mestrado em Educação Sénior tem tido "uma procura relativamente reduzida", estando actualmente inscritos 7 alunos dos 17 que foram colocados. "Quanto ao Mestrado de Gerontologia, que teve início em Setembro, o número de inscritos é de 27", acrescenta. Já relativamente ao 1º ciclo de Educação Sénior diplomaram-se 5 pessoas em 2008/2009. "Na sua fase pré-Bolonha, licenciaram-se no mesmo ano 21 pessoas". E acrescenta: "qualquer destes diplomas da UMa foi alvo da acreditação necessária junto do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior".
Depois da formação, o reitor admite que o desemprego é actualmente um dos maiores flagelos da sociedade e que afecta também as pessoas formadas na áreas relacionadas com a população sénior. Porém, acredita que "iniciativas como as do Plano Gerontológico, quer através das suas medidas concretas, quer através do despertar das consciências que provoca, contribuirá certamente para o aumento da procura de profissionais destas áreas, relativamente novas no nosso país".
Além disso, Castanheira da Costa afirma que a UMa está interessada em "participar activamente no desenvolvimento e sucesso" do Pano gerontológico e salienta que, "nesse quadro, dependendo da procura que existir e das suas próprias capacidades, a UMa não recusa a possibilidade de criação de outras iniciativas nesta área".
Cursos com várias saídas
A saídas profissionais dos cursos encontram-se caracterizadas no site da Universidade da Madeira.
1º Ciclo em Serviço Social: saídas profissionais para a Administração Pública Central (Ministérios), institutos de solidariedade e segurança social, hospitais e centros de saúde, tribunais, estabelecimentos prisionais, serviços de apoio social.
Mestrado em Educação Sénior: saídas profissionais nas áreas da organização e gestão de Centros Ocupacionais de Idosos; Organização e gestão de serviços para cidadãos seniores institucionalizados em organismos dependentes ou tutelados pelo Ministério da Saúde e pelo Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social ou Secretarias Regionais dos Assuntos Sociais (IPSS, Misericórdias e Mutualidades no âmbito da Saúde e da Segurança Social) ou noutras ONG sem fins lucrativos; Orientação educativa de tempos livres dos idosos, entre outras.
Mestrado em Gerontologia Social: formar e acreditar profissionais em Gerontologia Social e facilitar a incorporação de profissionais no campo da investigação Gerontológica através das linhas de investigação pré-estabelecidas.
Fonte: DN
















0 comentários:
Enviar um comentário