
Tem início hoje o segundo momento do concurso nacional de Acesso ao Ensino Superior Público. Ontem, foram afixadas nas escolas secundárias as pautas com os resultados dos exames nacionais da segunda fase. Ao que tudo indica, a nível nacional os resultados melhoraram face à mesma fase do ano passado, contudo as notas caíram comparativamente com as provas da primeira fase deste ano. Na Madeira, e apesar das várias tentativas deste matutino junto das entidades competentes para aceder aos resultados dos alunos madeirenses, as médias das disciplinas a exame não foram facultadas ao nosso jornal. Mesmo assim, do contacto que a nossa equipa de reportagem teve com os alunos, os resultados não foram muito elevados.
Apesar disso, na Rua das Hortas, o Gabinete do Ensino Superior da Madeira (GES) registava alguma afluência com os alunos a quererem tirar algumas dúvidas antes de se iniciar o segundo período de candidaturas à universidade.
Até ao dia 7 de Agosto, os alunos que realizaram exames na segunda fase poderão preencher a sua candidatura e entregá-la no Gabinete. Os alunos do Porto Santo não terão que se deslocar à Madeira, dado que no dia 8 de Agosto, um técnico do GES Madeira irá à Escola Secundária Freitas Branco a fim de receber as candidaturas dos estudantes porto-santenses.
Primeiro momento teve 850 candidatos
No primeiro momento do concurso nacional de acesso às universidades, o GES Madeira recebeu o boletim de 850 estudantes.
Segundo o director do GES Madeira, João Costa e Silva, os cursos mais procurados na Universidade da Madeira são as engenharias, seguido de Gestão, Educação Básica, Serviço Social e por fim a licenciatura em Enfermagem.
A primeira opção de 500 estudantes no boletim de candidatura foi para a Madeira, os restantes 250 optaram por universidades no continente. As cidades de Lisboa e Porto são as que registam uma maior preferência, todavia João Costa e Silva refere que muitos alunos escolhem a universidade em função do prestígio e da qualidade da licenciatura.
Houve até o caso de um aluno que colocou na sua primeira opção uma universidade em Lisboa, só que após ter por lá passado, foi até ao GES Madeira alterar o seu boletim, pondo Lisboa no fim da lista, por não ter gostado da cidade.
Agora neste segundo momento de candidatura, muitos alunos que querem seguir Medicina irão apresentar o seu boletim, dado que muitos deixaram alguns exames para fazer na segunda fase. O director do GES Madeira estima que no total 1600 estudantes madeirenses se candidatem ao ensino superior este ano. Os resultados saem a 15 de Setembro.
«Vai ser uma ansiedade infinita até 15 de Setembro»
As notas que ontem foram divulgadas nas pautas relativas à segunda fase dos exames nacionais não deixaram os alunos muito satisfeitos. Logo de manhã, eram muitos os que acorriam às escolas secundárias, mas o desânimo tomava conta dos jovens logo após a consulta da pauta. Chegou a haver lágrimas, dado que o sonho de se candidatar ao curso pretendido ficou mais limitado com as notas baixas.
Bítia Vieira estava na escola Secundária Jaime Moniz com os seus colegas a discutir as possibilidades que tinha em se candidatar a Medicina com as notas «inesperadas» que teve. «Os resultados não foram maus, mas também não foram os ansiados», começou por afirmar a jovem. Mesmo assim garantiu-nos que irá apresentar a sua candidatura ao curso de Medicina e «depois esperar para ver. Vou candidatar-me para a Madeira e a todas as outras que eu puder», confessou. Como as notas não foram as pretendidas para ter a confiança que iria entrar no curso, Bítia Vieira afirma que «vai ser uma ansiedade infinita até 15 de Setembro», data em que os resultados das colocações irão ser publicados.
Diogo Nunes também quer seguir Medicina, mas já está a pensar em abrir os horizontes, porque a sua média final ficou a rondar os 17 valores. Se não entrar no curso sonhado, aquele estudante quer seguir o ramo da Biologia. Em relação aos polémicos exames, o estudante reconhece que foi beneficiado no exame de Matemática da primeira fase, mas considera injusto que os bons alunos tenham ficado no mesmo patamar que os medianos.
Já Gonçalo Marçal vai pedir a reapreciação do exame de Física e Química, mas está esperançado que a sua média de 18 valores dê para entrar também no curso de Medicina. «Os próximos dias é só fazer contas e escolher faculdades, apesar de preferir Lisboa porque a minha irmã já lá está, mas se eu ficar cá, fico muito feliz», afirmou o jovem estudante.
Piores resultados na segunda fase
Os resultados da segunda fase dos exames nacionais do secundário melhoraram face à mesma fase do ano passado, mas as notas caíram significativamente quando comparadas com as provas da primeira fase deste ano, revelam dados do Ministério da Educação (ME). Numa nota divulgada terça-feira, o ME refere a "melhoria global" dos resultados da segunda fase dos exames, baseando-se apenas numa comparação com as notas alcançadas pelos alunos em igual período do ano passado.
A média dos resultados subiu a 16 disciplinas e desceu em apenas 10, tendo no total 21 cadeiras alcançado média positiva, igual ou superior a 9,5 valores. O ministério destaca o caso do exame de Português, cuja média subiu de 10,4 para 11,3, e o de Biologia e Geologia, cuja média passou a ser positiva, ao melhorar de 9,0 para 11,4 valores.
No entanto, quando comparados os resultados desta segunda fase com os da primeira fase, o cenário é menos positivo com 17 disciplinas a descer a média, quatro a mantê-la e apenas sete a melhorá-la. Todas as disciplinas de Matemática baixaram em relação à primeira fase, com as cadeira de Matemática A e B a descerem, respectivamente, de 12,5 para 8,9 valores e de 11,4 para 9,1 valores.
«Injusto para os alunos»
Os resultados dos exames nacionais desta segunda fase já levou o presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática, Nuno Crato, a afirmar não estar surpreendido com a quebra de resultados entre a primeira e a segunda fase dos exames nacionais naquela área e considera a situação injusta para os estudantes.
“A diferença de resultados entre a primeira e a segunda fase não nos espanta”, afirmou, acrescentando que “a Sociedade Portuguesa de Matemática criticou o exame da primeira fase por ser demasiadamente elementar e afirmou que o da segunda fase, apesar de acessível, era de um grau de complexidade marcadamente superior”. A equipa de professores da Sociedade Portuguesa de Matemática confirmou que os exames tinham diferentes níveis de dificuldade.
Na sua opinião, o aumento do grau de dificuldade “é extremamente injusto para os estudantes, pois alunos com níveis de conhecimento semelhantes são colocados por estes exames com classificações muito diferentes e, portanto, com possibilidades de acesso ao Ensino Superior muito díspares”.
Estas declarações já obtiveram reacção por parte do Ministério de Educação. O director do Gabinete de Avaliação Educacional afirmou ontem que os resultados da primeira e segunda fases dos exames nacionais do secundário não são comparáveis, recusando críticas da Sociedade Portuguesa de Matemática, que acusa de ter uma "agenda política".
Segundo dados do Ministério da Educação, divulgados terça-feira, as notas da segunda fase dos exames melhoraram face à mesma fase do ano passado, mas caíram significativamente quando comparadas com as provas realizadas na primeira fase deste ano.
Carlos Pinto Ferreira, director do organismo do Ministério da Educação responsável pela elaboração dos exames, salientou que "todos os anos, tipicamente, os resultados da primeira fase são melhores do que os da segunda, uma vez que as populações de alunos que vão a uma e a outra são diferentes".
De acordo com o responsável, o exame de Matemática A foi realizado, na primeira fase, por cerca de 26 mil alunos internos, que frequentaram a disciplina durante todo o ano lectivo, e cerca de 11 mil externos, que estavam chumbados à cadeira e se auto-propuseram a exame. Na segunda fase houve 10 mil alunos externos a realizarem a prova e só 6.500 internos, motivo pelo qual Carlos Pinto Ferreira afirma não poder ser comparável.
Fonte: JM
Apesar disso, na Rua das Hortas, o Gabinete do Ensino Superior da Madeira (GES) registava alguma afluência com os alunos a quererem tirar algumas dúvidas antes de se iniciar o segundo período de candidaturas à universidade.
Até ao dia 7 de Agosto, os alunos que realizaram exames na segunda fase poderão preencher a sua candidatura e entregá-la no Gabinete. Os alunos do Porto Santo não terão que se deslocar à Madeira, dado que no dia 8 de Agosto, um técnico do GES Madeira irá à Escola Secundária Freitas Branco a fim de receber as candidaturas dos estudantes porto-santenses.
Primeiro momento teve 850 candidatos
No primeiro momento do concurso nacional de acesso às universidades, o GES Madeira recebeu o boletim de 850 estudantes.
Segundo o director do GES Madeira, João Costa e Silva, os cursos mais procurados na Universidade da Madeira são as engenharias, seguido de Gestão, Educação Básica, Serviço Social e por fim a licenciatura em Enfermagem.
A primeira opção de 500 estudantes no boletim de candidatura foi para a Madeira, os restantes 250 optaram por universidades no continente. As cidades de Lisboa e Porto são as que registam uma maior preferência, todavia João Costa e Silva refere que muitos alunos escolhem a universidade em função do prestígio e da qualidade da licenciatura.
Houve até o caso de um aluno que colocou na sua primeira opção uma universidade em Lisboa, só que após ter por lá passado, foi até ao GES Madeira alterar o seu boletim, pondo Lisboa no fim da lista, por não ter gostado da cidade.
Agora neste segundo momento de candidatura, muitos alunos que querem seguir Medicina irão apresentar o seu boletim, dado que muitos deixaram alguns exames para fazer na segunda fase. O director do GES Madeira estima que no total 1600 estudantes madeirenses se candidatem ao ensino superior este ano. Os resultados saem a 15 de Setembro.
«Vai ser uma ansiedade infinita até 15 de Setembro»
As notas que ontem foram divulgadas nas pautas relativas à segunda fase dos exames nacionais não deixaram os alunos muito satisfeitos. Logo de manhã, eram muitos os que acorriam às escolas secundárias, mas o desânimo tomava conta dos jovens logo após a consulta da pauta. Chegou a haver lágrimas, dado que o sonho de se candidatar ao curso pretendido ficou mais limitado com as notas baixas.
Bítia Vieira estava na escola Secundária Jaime Moniz com os seus colegas a discutir as possibilidades que tinha em se candidatar a Medicina com as notas «inesperadas» que teve. «Os resultados não foram maus, mas também não foram os ansiados», começou por afirmar a jovem. Mesmo assim garantiu-nos que irá apresentar a sua candidatura ao curso de Medicina e «depois esperar para ver. Vou candidatar-me para a Madeira e a todas as outras que eu puder», confessou. Como as notas não foram as pretendidas para ter a confiança que iria entrar no curso, Bítia Vieira afirma que «vai ser uma ansiedade infinita até 15 de Setembro», data em que os resultados das colocações irão ser publicados.
Diogo Nunes também quer seguir Medicina, mas já está a pensar em abrir os horizontes, porque a sua média final ficou a rondar os 17 valores. Se não entrar no curso sonhado, aquele estudante quer seguir o ramo da Biologia. Em relação aos polémicos exames, o estudante reconhece que foi beneficiado no exame de Matemática da primeira fase, mas considera injusto que os bons alunos tenham ficado no mesmo patamar que os medianos.
Já Gonçalo Marçal vai pedir a reapreciação do exame de Física e Química, mas está esperançado que a sua média de 18 valores dê para entrar também no curso de Medicina. «Os próximos dias é só fazer contas e escolher faculdades, apesar de preferir Lisboa porque a minha irmã já lá está, mas se eu ficar cá, fico muito feliz», afirmou o jovem estudante.
Piores resultados na segunda fase
Os resultados da segunda fase dos exames nacionais do secundário melhoraram face à mesma fase do ano passado, mas as notas caíram significativamente quando comparadas com as provas da primeira fase deste ano, revelam dados do Ministério da Educação (ME). Numa nota divulgada terça-feira, o ME refere a "melhoria global" dos resultados da segunda fase dos exames, baseando-se apenas numa comparação com as notas alcançadas pelos alunos em igual período do ano passado.
A média dos resultados subiu a 16 disciplinas e desceu em apenas 10, tendo no total 21 cadeiras alcançado média positiva, igual ou superior a 9,5 valores. O ministério destaca o caso do exame de Português, cuja média subiu de 10,4 para 11,3, e o de Biologia e Geologia, cuja média passou a ser positiva, ao melhorar de 9,0 para 11,4 valores.
No entanto, quando comparados os resultados desta segunda fase com os da primeira fase, o cenário é menos positivo com 17 disciplinas a descer a média, quatro a mantê-la e apenas sete a melhorá-la. Todas as disciplinas de Matemática baixaram em relação à primeira fase, com as cadeira de Matemática A e B a descerem, respectivamente, de 12,5 para 8,9 valores e de 11,4 para 9,1 valores.
«Injusto para os alunos»
Os resultados dos exames nacionais desta segunda fase já levou o presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática, Nuno Crato, a afirmar não estar surpreendido com a quebra de resultados entre a primeira e a segunda fase dos exames nacionais naquela área e considera a situação injusta para os estudantes.
“A diferença de resultados entre a primeira e a segunda fase não nos espanta”, afirmou, acrescentando que “a Sociedade Portuguesa de Matemática criticou o exame da primeira fase por ser demasiadamente elementar e afirmou que o da segunda fase, apesar de acessível, era de um grau de complexidade marcadamente superior”. A equipa de professores da Sociedade Portuguesa de Matemática confirmou que os exames tinham diferentes níveis de dificuldade.
Na sua opinião, o aumento do grau de dificuldade “é extremamente injusto para os estudantes, pois alunos com níveis de conhecimento semelhantes são colocados por estes exames com classificações muito diferentes e, portanto, com possibilidades de acesso ao Ensino Superior muito díspares”.
Estas declarações já obtiveram reacção por parte do Ministério de Educação. O director do Gabinete de Avaliação Educacional afirmou ontem que os resultados da primeira e segunda fases dos exames nacionais do secundário não são comparáveis, recusando críticas da Sociedade Portuguesa de Matemática, que acusa de ter uma "agenda política".
Segundo dados do Ministério da Educação, divulgados terça-feira, as notas da segunda fase dos exames melhoraram face à mesma fase do ano passado, mas caíram significativamente quando comparadas com as provas realizadas na primeira fase deste ano.
Carlos Pinto Ferreira, director do organismo do Ministério da Educação responsável pela elaboração dos exames, salientou que "todos os anos, tipicamente, os resultados da primeira fase são melhores do que os da segunda, uma vez que as populações de alunos que vão a uma e a outra são diferentes".
De acordo com o responsável, o exame de Matemática A foi realizado, na primeira fase, por cerca de 26 mil alunos internos, que frequentaram a disciplina durante todo o ano lectivo, e cerca de 11 mil externos, que estavam chumbados à cadeira e se auto-propuseram a exame. Na segunda fase houve 10 mil alunos externos a realizarem a prova e só 6.500 internos, motivo pelo qual Carlos Pinto Ferreira afirma não poder ser comparável.
Fonte: JM
















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