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quinta-feira, 29 de julho de 2010

ENFERMEIROS SAEM DA REGIÃO

"Há cada vez mais enfermeiros a sair da Região". O panorama actual, descrito pelo presidente do conselho directivo regional da Madeira da Ordem dos Enfermeiros, Élvio Jesus, resulta da falta de oportunidades para estes profissionais na Região. Como alternativa "vão para o continente e Canárias", embora os destinos não se esgotem por aqui.

Hoje, pelas 16 horas, serão entregues diplomas a 25 novos enfermeiros da Escola Superior de Enfermagem São José de Cluny. "A nossa postura é de esperança", disse, referindo-se ao futuro destes jovens profissionais e à "situação dramática" em que trabalham os enfermeiros na Região. "Temos, em muitos serviços, enfermeiros a trabalhar a 200% e muitos que ficam para além das horas sem serem remunerados", afirmou, frisando que sofrem os enfermeiros, mas, acima de tudo, os utentes, "que não recebem os cuidados com a segurança esperada". "Tudo leva a crer que o bom senso imperará", reforçou novamente em relação a futuras decisões da Secretaria Regional dos Assuntos Sociais (SRAS).

De acordo com Élvio Jesus, "as despesas já existem", por isso os problemas financeiros não podem ser encarados como desculpa pela não colocação de mais profissionais na Madeira. "Os enfermeiros trabalham mais horas, algumas remuneradas, e há também a mortalidade evitável, os erros evitáveis e o risco para a saúde dos profissionais", enumerou. Segundo o responsável, é preciso ainda ter em conta que "mais de 300 enfermeiros na Região têm mais de 50 anos, muitos dos que entram saem para o continente, porque são de lá, e, este ano, vão 20 enfermeiros para a reforma". "É preciso reter os melhores, senão vão sair", reforçou, vincando que o sector privado "não é a solução" nem é "atractivo" por não estar "suficientemente robusto".

Quanto a desemprego, apontou que, no último concurso que houve, em Novembro do ano passado, dos 12 que ficaram, alguns ainda não estão ao serviço, enquanto outros já encontraram alternativas. "Nestas situações, perdem os utentes, porque recebem menos cuidados, os enfermeiros saem prejudicados porque trabalham mais e estão sobrecarregados", apontou.

Face a este panorama, Élvio Jesus garantiu ao DIÁRIO que "será uma irresponsabilidade" não admitir os colegas que agora se formam. "É uma falácia dizerem que há enfermeiros a mais", atirou, sublinhando que os 25 novos enfermeiros que hoje recebem os diplomas "são uma gota no oceano face às necessidades" e que, em breve, vão voltar a reunir-se com as autoridades para fazer um ponto de situação.

O presidente do conselho directivo regional da Madeira da OE frisou também que não é válido entrar "na histeria dos rácios", lamentando a falta de enfermeiros em muitos serviços e também de auxiliares de acção médica. Como explicou, com a ausência destes últimos, são os enfermeiros que, mesmo já sendo poucos, desenvolvem a função que lhes dizia respeito.

O DIÁRIO tentou obter informações junto da SRAS sobre o que se perspectiva para o futuro destes profissionais, mas não teve resposta até ao fecho da edição.
Fonte: DN

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