É um negócio de mais de dois milhões de euros, que envolve uma empresa do Porto (Instituto de Formação), várias escolas da Madeira, alunos e encarregados de educação. Apesar da actividade vir a acontecer há quatro anos, só agora chegou ao conhecimento do DIÁRIO um conjunto de reclamações de encarregados de educação, que se sentem enganados.
A empresa em causa, que usa a marca Unicenter (Joviform), vai às escolas fazer sessões de esclarecimento, que, na prática, são vendas de cursos de informática e de línguas, inglês e espanhol.
Vários encarregados de educação, depois de terem assinado o que julgavam ser uma inscrição, pelo valor de 85,90 euros, mostraram-nos o seu espanto ao descobrirem que afinal teriam de pagar um valor idêntico durante 24 meses. Um total de 2.147 euros.
Afirmam-nos que essa informação não lhes foi transmitida, pelo menos assim não a entenderam.
Vários recorreram recentemente ao Serviço de Defesa do Consumidor - SDC. Foi apresentada uma queixa e houve 14 pedidos de ajuda para a denúncia (cancelamento) do contrato. Um número significativo, tendo em conta que foram todos relacionados com a mesma entidade contratante.
A directora do SDC confirmou ao DIÁRIO os 14 pedidos de ajuda e informou que o serviços. Graça Moniz diz que os contratos são legais e que a empresa os cumpre.
Aliás, nenhum dos encarregados de educação com quem contactámos se queixa do aspecto formal dos contratos, nem da qualidade dos cursos. A única coisa que põem em causa são os métodos usados para os persuadir a assinar.
Alguns encarregados tentaram denunciar o contrato, mas não o fizeram a tempo, pelo que, tudo indica, terão mesmo de pagar os mais de dois mil euros.
Procuramos saber até que ponto a Secretaria Regional da Educação - SRE - tinha autorizado as sessões de esclarecimento e até mesmo a realização de cursos, como o que está a acontecer escola de Santo António.
O Gabinete de Francisco Fernandes disse-nos desconhecer de todo a situação e que, provavelmente, as decisões teriam sido tomadas nas escolas, no âmbito da autonomia que têm. Mas, alguém na SRE terá conhecimento, uma vez que, ao que nos afirmaram alguns encarregados de educação, no SDC foi-lhes dito que a SRE foi informada.
Os pais julgam haver grande envolvimento das escolas em todo o processo, e estranham o conhecimento que a empresa demonstra ter de alguns dos dados pessoais dos alunos ou até mesmo dos seus. Falámos com um pai que estranhou ter sido contactado através do seu telemóvel e a empresa indiciar ter conhecimento de dados escolares do seu filho, incluindo os ligados ao aproveitamento.
Os suportes de comunicação usados pela empresa são, na perspectiva dos encarregados de educação que contactámos, de grande qualidade, no que se refere ao papel e à impressão usados. As pessoas que dão cara pela empresa também transmitem a ideia de credibilidade.
"É surreal"
A empresa em causa, que usa a marca Unicenter (Joviform), vai às escolas fazer sessões de esclarecimento, que, na prática, são vendas de cursos de informática e de línguas, inglês e espanhol.
Vários encarregados de educação, depois de terem assinado o que julgavam ser uma inscrição, pelo valor de 85,90 euros, mostraram-nos o seu espanto ao descobrirem que afinal teriam de pagar um valor idêntico durante 24 meses. Um total de 2.147 euros.
Afirmam-nos que essa informação não lhes foi transmitida, pelo menos assim não a entenderam.
Vários recorreram recentemente ao Serviço de Defesa do Consumidor - SDC. Foi apresentada uma queixa e houve 14 pedidos de ajuda para a denúncia (cancelamento) do contrato. Um número significativo, tendo em conta que foram todos relacionados com a mesma entidade contratante.
A directora do SDC confirmou ao DIÁRIO os 14 pedidos de ajuda e informou que o serviços. Graça Moniz diz que os contratos são legais e que a empresa os cumpre.
Aliás, nenhum dos encarregados de educação com quem contactámos se queixa do aspecto formal dos contratos, nem da qualidade dos cursos. A única coisa que põem em causa são os métodos usados para os persuadir a assinar.
Alguns encarregados tentaram denunciar o contrato, mas não o fizeram a tempo, pelo que, tudo indica, terão mesmo de pagar os mais de dois mil euros.
Procuramos saber até que ponto a Secretaria Regional da Educação - SRE - tinha autorizado as sessões de esclarecimento e até mesmo a realização de cursos, como o que está a acontecer escola de Santo António.
O Gabinete de Francisco Fernandes disse-nos desconhecer de todo a situação e que, provavelmente, as decisões teriam sido tomadas nas escolas, no âmbito da autonomia que têm. Mas, alguém na SRE terá conhecimento, uma vez que, ao que nos afirmaram alguns encarregados de educação, no SDC foi-lhes dito que a SRE foi informada.
Os pais julgam haver grande envolvimento das escolas em todo o processo, e estranham o conhecimento que a empresa demonstra ter de alguns dos dados pessoais dos alunos ou até mesmo dos seus. Falámos com um pai que estranhou ter sido contactado através do seu telemóvel e a empresa indiciar ter conhecimento de dados escolares do seu filho, incluindo os ligados ao aproveitamento.
Os suportes de comunicação usados pela empresa são, na perspectiva dos encarregados de educação que contactámos, de grande qualidade, no que se refere ao papel e à impressão usados. As pessoas que dão cara pela empresa também transmitem a ideia de credibilidade.
"É surreal"
O director de divisão da empresa que comercializa os cursos reage à notícia do descontentamento: "É surreal." A empresa actua no país há 20 anos e na Madeira há 4, formando cerca de mil alunos na Região.
O director garante que nunca foi confrontado com qualquer descontentamento por parte de um encarregado de educação e que, além do mais, não se trata de "gente analfabeta. Como é óbvio, estamos a falar com pessoas absolutamente educadas e alfabetizadas e que sabem perfeitamente que a nossa actividade é privada e que os nossos cursos são pagos e que, pelo curso, estão a pagar uma inscrição de 85,90 euros e mais 24 mensalidades de igual valor."
O documento que assinam é um contrato de prestação de serviços de formação, que é denunciável até 14 dias após o início da formação, não da assinatura.
É-nos dada a garantia de que todos os encarregados, "todos eles, garanto-lhe, todos eles, sabem que estarão obrigadas, ao abrigo da formação, ao pagamento de 85,90 euros mensais (...). Parece-me um bocadinho estranho que uma pessoa queira pagar 85,90 euros e pense que com 85,90 paga uma formação com o nosso calibre".
Os dados serão recolhidos através de um cupão RSF, entregue aos alunos. As escolas são contactadas uma a uma e, quando é feito um protocolo para o desenvolvimento de formação, o estabelecimento de ensino recebe "contrapartidas".
Fonte: DN
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