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quinta-feira, 25 de setembro de 2014

TESTEMUNHOS DE JOHNNY PEREIRA E LISETTE PINHEIRO - PEED

Fruto de uma paixão pela arte de jardinar e ainda pela necessidade de realização pessoal e pela vontade enorme de conquistar o seu lugar no mercado de trabalho, em 2010, a empresa Palma Real foi constituída, com o apoio imprescindível do Instituto de Emprego da Madeira, pelos empresários Johnny Pereira e Lisette Pinheiro, dois jovens que decidiram apostar no sector da jardinagem para poderem fugir à emigração.

Apesar de sediada na Calheta, onde existia uma grande lacuna em empresas de jardinagem, a Palma Real, Lda executa trabalhos de manutenção em casas particulares e condomínios, instalação de sistemas de rega, desmatação e limpeza de terrenos e abate de árvores de pequeno e grande porte, em toda a Região.

Os jovens empresários analisaram o mercado e viram que era neste segmento que poderiam ter uma oportunidade de negócio e fugir às dificuldades que atravessavam. Confessam que foi preciso remar muito e contra uma maré de carência laboral e financeira que também lhes bateu à porta.

Atualmente a atividade permite-lhes respirar de alívio. Recordam que antes de se lançarem no ramo, esgotaram todos os cartuchos que dispunham numa procura constante por um emprego que irremediavelmente tardava em chegar, confessando que sempre encontravam as portas fechadas: “Nessa altura o desalento começou a apoderar-se e o sentimento de emigrar chegou a pairar”, reconhecem, recordando que esse tempo foi, sem sombra de dúvida, uma experiência de vida que os marcará para sempre.

No entanto, passo-a-passo, dizem que a empresa tem conquistado o reconhecimento e a confiança da clientela, permitindo-lhes alcançar outros patamares, reforçando e consolidando um lugar no mercado empresarial.

O sucesso da Palma Real, confidencia o sócio-gerente, passa por manter “o rigor e a qualidade na realização do nosso trabalho. Tem sido esse o objetivo. Tentamos garantir a maior satisfação dos nossos clientes e, hoje, contamos com uma carteira de clientes significativa e que nos permite encarar o futuro com alguma tranquilidade”.

O jovem empresário revela que numa época onde todos procuram efetuar cortes, nota que os madeirenses não fogem a esta regra. Os clientes tentam suprimir gastos nos serviços que entendem não serem essenciais. Para este empreendedor calhetense é natural que se pense que um jardim de uma casa não seja primordial. Contudo, os clientes acabam por compreender a necessidade de obter um serviço de jardinagem justamente por verificarem, em primeiro lugar, a qualidade e profissionalismo de quem executa o serviço e pela falta de tempo que muitos clientes acabam por ter.

Jonhny Pereira diz que percebeu desde cedo como funcionava este tipo de mercado, muitas vezes demasiado inconstante pela necessidade que as famílias têm em querer poupar: “Era preciso oferecer uma disponibilidade nas 24 horas do dia e nos sete dias da semana”.

Na sua análise ao mercado entendeu que a justiça da prática dos valores a cobrar era um fator determinante no sucesso da sua empresa, bem como em garantir uma carteira de clientes significativa e quase fidelizada.

“Em primeiro lugar assegurar a qualidade. Os clientes preferem, normalmente, pagar mais um pouco mas ter um serviço premium. Depois, ajustar os preços à crise em que nos encontramos. Percebemos o esforço que as famílias e algumas empresas que nos solicitam atravessam, daí que tenhamos refletido e decidido baixar a linha do lucro”, afirma, ciente de que a medida tem proporcionado a estabilização do volume de trabalho.

O empresário destaca ainda a importância da obtenção de bons parceiros e amigos para o contínuo crescimento. “Este é também um ramo de negócio em que a publicidade se faz através do trabalho. Os nossos maiores promotores são os nossos amigos e clientes”.

No início a empresa garantiu a ocupação de dois desempregados de longa duração, mas rapidamente este número passou para o dobro. Atualmente, em dias de maior agendamento, estes números duplicam.

Os empresários estão cientes dos picos altos e baixos, resultantes da sazonalidade e dos momentos de atividade mais reduzida, especialmente no Inverno, ainda assim a Lisette tem um discurso otimista: “É uma questão de paciência, enquanto chove as ervas daninhas crescem”, ironiza.

Quando confrontados com a realidade difícil em que o país se encontra, Johnny Pereira reconhece os obstáculos que dela resultam, mas, sempre com os pés bem assentes na terra, mostra-se confiante e acreditando que depois da tempestade virá a bonança para todos. Apesar de tudo, é perentório em afirmar: “não deixaremos cair por terra o sonho de ser bem-sucedidos”.

Hoje, sem qualquer receio, dizem que a decisão de se tornarem empresários, num setor altamente volátil, foi uma aposta ganha e que serviu igualmente para ultrapassar a difícil conjuntura e vencer a desconfortável situação de desemprego em que se encontravam.


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