Metade dos 2.482 jovens inscritos como desempregados no final de Fevereiro de 2017 possuíam o 12º ano de escolaridade e apenas 12% eram licenciados. 70 nem tinham o 1.º ciclo completo. Flagelo baixou 14,4 pontos percentuais em três anos. Chegou a atingir mais de metade dos jovens.
O desemprego jovem é uma preocupação constante, tanto que o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, a definiu na semana passada como uma “incrível tragédia” na Europa, sobretudo de pois de ver as percentagens deste flagelo nas regiões ultraperiféricas. No primeiro trimestre de 2012, atingiu os 53% na Madeira, numa altura em que a crise atingiu o seu pico máximo na Região.
Hoje (4.º trimestre de 2016), baixou para 37,4%, mas as preocupações continuam, uma vez que dos 14.089 desempregados (dados do Inquérito ao Emprego do INE/DREM), 20% tinham menos de 25 anos. Um em cada cinco que disseram estar desempregados na Região, eram jovens.
Assiste-se, pois, a uma baixa percentagem de qualificações, tal que dos 2.482 registados no desemprego com menos de 25 anos, mais de um terço (37,4%) nem sequer o 12.º ano de escolaridade tinham completado no momento da inscrição. Estando aqui um dos problemas.
Num ponto de situação actual (ver grafismo), é possível perceber várias melhorias nesta faixa etária, mesmo tendo em conta que não é tido em conta a outra consequência da falta de oportunidades de trabalho. A emigração jovem é algo da qual não há dados disponíveis.
Assim, no final de Fevereiro de 2017 “o número de desempregados com menos de 25 anos diminui em 16% face ao mês homólogo, atingindo o valor mais baixo registado para o mês de Fevereiro desde 2009”, assinala o Instituto de Emprego da Madeira, que frisa num resumo à informação disponibilizada, que “são sinais positivos que reflectem o esforço feito e as opções estratégicas da SRIAS e do IEM no combate ao desemprego jovem”.
Melhorar indicadores na formação
E que opções são essas? A primeira passa pela formação, a segunda pela criação de programas de emprego, tal como preconizado no actual quadro comunitário de apoio (2014-2020) e que até tem vindo a ser reforçado.
“Ao longo dos anos o número de jovens abrangidos em programas de emprego tem vindo a aumentar”, garante o IEM. “No ano de 2014 foi implementada a iniciativa Garantia Jovem e foi consolidado o Programa Experiência Jovem, tendo-se beneficiado de um reforço orçamental numa fase de esgotamento dos fundos do anterior quadro comunitário. O ano de 2016 foi marcado pelo alargamento do público do Garantia Jovem para NEET (designação anglófona para definir os jovens que, actualmente não têm emprego, não têm educação pois não estudam, e nem frequentam formação profissional, por exemplo um estágio) com idade até aos 29 anos (inicialmente confinava-se à faixa etária dos 15 aos 24 anos)”, acrescenta a entidade que coordena os oito programas aos quais os jovens podem concorrer.
E a verdade é que, como refere o Instituto, “cerca de metade dos jovens inscritos como desempregados no final de Fevereiro de 2017 possuíam o 12.º ano de escolaridade”. E acrescenta: “Salienta-se que 337 inscritos possuíam como habilitação máxima o 2º ciclo, dos quais 70 só possuíam no máximo o 1º ciclo do ensino básico (4.º ano).” Significa que pelo menos um em cada três jovens nem sequer completou a escolaridade mínima obrigatória (desde 2014 é o 12.º ano) e sete dezenas nem sequer terminou a antiga 4.ª Classe.
“Por outro lado, 299 jovens com menos de 25 anos estavam à procura de emprego após terem concluído a sua formação superior (bacharelato, licenciatura ou mestrado), totalizando 12% dos inscritos”, refere o IEM. Tendo em conta que para a grande maioria dos jovens que terminam o Ensino Superior, a primeira acção que têm na procura por um lugar no mercado de trabalho é a inscrição como desempregados (para terem acesso aos programas de emprego e às propostas de trabalho no IEM), acrescentando àqueles que deixam a escola, é fácil perceber porque quase 57% dos inscritos em Fevereiro procuravam um novo emprego.
Conselhos úteis para lugar ao sol
Conforme explicou ao DIÁRIO a presidente do IEM, Rita Andrade, a verdade é que os jovens têm uma percentagem menor de desemprego de longa duração, comparativamente com outras faixas etárias, nomeadamente nos licenciados ou com outro grau académico acima. No entanto, em Fevereiro eram 267 licenciados e 30 com mestrado, e as profissões com maior procura por um ‘lugar ao sol’ eram nas áreas da Saúde (53), Ciências Empresariais (48) e Informação e Jornalismo (46).
No entanto, há um senão: segundo os últimos dados da taxa de desemprego na RAM (4.º trimestre de 2016), o número de empregados dos 15 aos 24 anos atingia os 4.722, o número mais baixo em dois anos e muito menos que os 6.448 um ano antes (4.º trimestre de 2015), ainda que acima dos 3.824 do 2.º trimestre de 2014.
O que tem ajudado a que muitos jovens não percam a esperança é precisamente as acções de formação e outros programas para potenciar o emprego jovem. Nesse particular, Rita Andrade deixa alguns concelhos: “Um jovem com um licenciatura, quando começa num contexto de trabalho que não é aquele que sonhava, é normal que se sinta desmotivado. Mas a flexibilidade e a capacidade de inserção no mercado de trabalho é muito importante, pode valer o crescimento e, depois, as coisas podem evoluir. Há muitos programas de emprego, nem todos são colocados, mas temos boas taxas de empregabilidade. O que eu digo aos nossos jovens, e esta é uma mensagem muito importante, é que terem a atitude certa é fundamental para o ingresso na vida profissional. Se deixarem um bom DNA, a sua marca positiva na entidade onde estagiaram, por exemplo, a empresa pode não me contratar hoje, mas se daqui a tempos precisarem, vão buscá-los. Essa é a nossa experiência e os dados recolhidos confirmam-no. Atitude precisa-se, sejam pontuais, dedicados, trabalhadores, humildes, flexíveis. Acreditem que, se forem, bons, vão chegar aonde quiserem.”
O desemprego jovem é uma preocupação constante, tanto que o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, a definiu na semana passada como uma “incrível tragédia” na Europa, sobretudo de pois de ver as percentagens deste flagelo nas regiões ultraperiféricas. No primeiro trimestre de 2012, atingiu os 53% na Madeira, numa altura em que a crise atingiu o seu pico máximo na Região.
Hoje (4.º trimestre de 2016), baixou para 37,4%, mas as preocupações continuam, uma vez que dos 14.089 desempregados (dados do Inquérito ao Emprego do INE/DREM), 20% tinham menos de 25 anos. Um em cada cinco que disseram estar desempregados na Região, eram jovens.
Assiste-se, pois, a uma baixa percentagem de qualificações, tal que dos 2.482 registados no desemprego com menos de 25 anos, mais de um terço (37,4%) nem sequer o 12.º ano de escolaridade tinham completado no momento da inscrição. Estando aqui um dos problemas.
Num ponto de situação actual (ver grafismo), é possível perceber várias melhorias nesta faixa etária, mesmo tendo em conta que não é tido em conta a outra consequência da falta de oportunidades de trabalho. A emigração jovem é algo da qual não há dados disponíveis.
Assim, no final de Fevereiro de 2017 “o número de desempregados com menos de 25 anos diminui em 16% face ao mês homólogo, atingindo o valor mais baixo registado para o mês de Fevereiro desde 2009”, assinala o Instituto de Emprego da Madeira, que frisa num resumo à informação disponibilizada, que “são sinais positivos que reflectem o esforço feito e as opções estratégicas da SRIAS e do IEM no combate ao desemprego jovem”.
Melhorar indicadores na formação
E que opções são essas? A primeira passa pela formação, a segunda pela criação de programas de emprego, tal como preconizado no actual quadro comunitário de apoio (2014-2020) e que até tem vindo a ser reforçado.
“Ao longo dos anos o número de jovens abrangidos em programas de emprego tem vindo a aumentar”, garante o IEM. “No ano de 2014 foi implementada a iniciativa Garantia Jovem e foi consolidado o Programa Experiência Jovem, tendo-se beneficiado de um reforço orçamental numa fase de esgotamento dos fundos do anterior quadro comunitário. O ano de 2016 foi marcado pelo alargamento do público do Garantia Jovem para NEET (designação anglófona para definir os jovens que, actualmente não têm emprego, não têm educação pois não estudam, e nem frequentam formação profissional, por exemplo um estágio) com idade até aos 29 anos (inicialmente confinava-se à faixa etária dos 15 aos 24 anos)”, acrescenta a entidade que coordena os oito programas aos quais os jovens podem concorrer.
E a verdade é que, como refere o Instituto, “cerca de metade dos jovens inscritos como desempregados no final de Fevereiro de 2017 possuíam o 12.º ano de escolaridade”. E acrescenta: “Salienta-se que 337 inscritos possuíam como habilitação máxima o 2º ciclo, dos quais 70 só possuíam no máximo o 1º ciclo do ensino básico (4.º ano).” Significa que pelo menos um em cada três jovens nem sequer completou a escolaridade mínima obrigatória (desde 2014 é o 12.º ano) e sete dezenas nem sequer terminou a antiga 4.ª Classe.
“Por outro lado, 299 jovens com menos de 25 anos estavam à procura de emprego após terem concluído a sua formação superior (bacharelato, licenciatura ou mestrado), totalizando 12% dos inscritos”, refere o IEM. Tendo em conta que para a grande maioria dos jovens que terminam o Ensino Superior, a primeira acção que têm na procura por um lugar no mercado de trabalho é a inscrição como desempregados (para terem acesso aos programas de emprego e às propostas de trabalho no IEM), acrescentando àqueles que deixam a escola, é fácil perceber porque quase 57% dos inscritos em Fevereiro procuravam um novo emprego.
Conselhos úteis para lugar ao sol
Conforme explicou ao DIÁRIO a presidente do IEM, Rita Andrade, a verdade é que os jovens têm uma percentagem menor de desemprego de longa duração, comparativamente com outras faixas etárias, nomeadamente nos licenciados ou com outro grau académico acima. No entanto, em Fevereiro eram 267 licenciados e 30 com mestrado, e as profissões com maior procura por um ‘lugar ao sol’ eram nas áreas da Saúde (53), Ciências Empresariais (48) e Informação e Jornalismo (46).
No entanto, há um senão: segundo os últimos dados da taxa de desemprego na RAM (4.º trimestre de 2016), o número de empregados dos 15 aos 24 anos atingia os 4.722, o número mais baixo em dois anos e muito menos que os 6.448 um ano antes (4.º trimestre de 2015), ainda que acima dos 3.824 do 2.º trimestre de 2014.
O que tem ajudado a que muitos jovens não percam a esperança é precisamente as acções de formação e outros programas para potenciar o emprego jovem. Nesse particular, Rita Andrade deixa alguns concelhos: “Um jovem com um licenciatura, quando começa num contexto de trabalho que não é aquele que sonhava, é normal que se sinta desmotivado. Mas a flexibilidade e a capacidade de inserção no mercado de trabalho é muito importante, pode valer o crescimento e, depois, as coisas podem evoluir. Há muitos programas de emprego, nem todos são colocados, mas temos boas taxas de empregabilidade. O que eu digo aos nossos jovens, e esta é uma mensagem muito importante, é que terem a atitude certa é fundamental para o ingresso na vida profissional. Se deixarem um bom DNA, a sua marca positiva na entidade onde estagiaram, por exemplo, a empresa pode não me contratar hoje, mas se daqui a tempos precisarem, vão buscá-los. Essa é a nossa experiência e os dados recolhidos confirmam-no. Atitude precisa-se, sejam pontuais, dedicados, trabalhadores, humildes, flexíveis. Acreditem que, se forem, bons, vão chegar aonde quiserem.”
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