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terça-feira, 21 de outubro de 2008

REESTRUTURAÇÃO EMPRESARIAL SEGURA 'MEGASEGURA'


A Administração Fiscal denunciou um acordo de Procedimento Extrajudicial de Conciliação (PEC) para pagamento de uma dívida ao fisco superior a 221 mil euros mas a 'Megasegura' não baixa os braços. Conforme noticiou o DIÁRIO a 11 de Outubro último, o fisco não aceitou uma fiança como garantia e rompeu o acordo de pagamento faseado da dívida. A 'Megasegura' ainda recorreu ao Tribunal no sentido de anular o despacho que pôs fim ao acordo PEC mas perdeu na 1.ª e na 2.ª instâncias.

Agora, a empresa avança com um novo PEC, com novas medidas de consolidação financeira e de reestruturação da empresa. A garanta foi dada ao DIÁRIO pela sócia-gerente da empresa, Maria Antonieta. "O PEC falhou porque, no cenário macroeconómico actual, não é possível obter uma garantia bancária para este efeito sem dar uma garantia real do dobro", justificou.

Além disso, garantiu que não é fácil garantir o equilíbrio de tesouraria quando ele é constantemente perturbado por exigências de entregas de valores à cabeça e por penhoras de clientes. São taxas, juros de mora e coimas que não matam pela doença mas pela cura. Empenhou-se pessoalmente na recuperação da empresa, recorrendo até à banca a título de empréstimos pessoais.

Maria Antonieta não escamoteou que a 'Megasegura' foi alvo de uma "gestão ruinosa" em 2004, 2005 e 2006. Apontou baterias para a sua anterior sócia sobre quem recai a suspeita de um desvio de aproximadamente 500 mil euros que dariam para liquidar a dívida ao fisco, à Segurança Social e a fornecedores. A suspeita, inclusive cheques com assinaturas falsificadas, foi detectada numa auditoria que mandou realizar a meados de 2007, altura em que tomou as rédeas da empresa. Aliás, as conclusões dessa auditoria foram a base de um processo crime que intentou em 2007 contra a ex-sócia e que corre termos no Tribunal Judicial do Funchal.

De resto, Maria Antonieta reconhece que seria mais cómodo se partisse para um processo de insolvência e, paralelamente, abrisse uma nova empresa com nova designação. "Será que optar por recuperar a empresa é crime?", interroga-se. Por outro lado, lembra que são as PME que põem o país a funcionar.

Para inverter a tendência, evitar a fuga de clientes (que não houve), salvar postos de trabalho e pagar a trabalhadores e fornecedores, Maria Antonieta iniciou uma cruzada a meados de 2007, desenvolvendo a vertente electrónica da 'Megasegura'. A ideia é proporcionar um 'cash flow' adicional para ajudar a liquidar os compromissos herdados do passado.

A estratégia passou, então, pela criação de um ACE -Agrupamento Complementar de Empresas. O mercado da segurança privada tem ainda oportunidades por explorar.

Maria Antonieta garantiu que há planos prestacionais a ser pagos a fornecedores, horas extraordinárias a trabalhadores que já não as recebiam desde 2005 e resolvidos processos em tribunal. O lema é transformar um problema numa oportunidade. "A empresa tem resistido", congratulou-se. "O nosso problema é falta de tempo", adicionou.

Novas instalações

A 'Megasegura- Alarmes 24', já falida, pertenceu à 'Megasegura' em 2003 mas nada tem a ver com a actual empresa.

Deixou de haver 'Megasegura -Unipessoal', com o aumento de capital, e passou a haver 'Megasegura' estática.

O escritório da empresa 'Megasegura', que está no mercado madeirense desde 1998, passou do Vale D' Ajuda para a Travessa dos Piornais.

Maria Antonieta acha que é asfixiante para as PME penalizar as empresas em 25% do valor do IVA em caso de incumprimento.

Na sus óptica, há falta de ética empresarial no mercado concorrencial.
Fonte: DN

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